A última vez que havia voltado pra casa do pai fora no dia dos pais. Sem presentes, quer dizer, dependendo do ponto de vista. Resolvi tentar ganhar, pelo menos, na célula social. A única coisa que dei ao meu pai nesse dia foi um raminho de flor da Tropeça, uma plantinha que virou um pinheirinho da alegria em casa. Fiquei meio assim de lhe entregar uma planta tão poderosa. Dada a quantidade de remédios que meu pai toma, não consigo imaginar a reação sinérgica com a cannabis. Poderia dar curto, gostaria de estar perto pra canalizar pro equilibrio. Ele ainda não fumou, mas também nao abriu espaço para fumarmos juntos.
Sai agora a pouco blindado contra os ventos do conservadorismo olimpiense. Coloquei um fone de ouvido e resolvi ouvir um B-negão e os seletores de frequencia. O cão mija no mato, eu faço minhas coisas animais também.
Volto pra casa, com olhos de quem enxerga. Vejo um opus dei dando chibatadas nas costas, achando q a vida é labuta, sofrimento e solidão. Seu livro de cabiceira é alguma bíbliia maçônica. Se entope de industrializados, depois se entope com remédios pra segurar o baque. Deveria segurar o beck.
Vou pra sala a procura de algo pra fazer. começo no horário político. Vejo Serra e a direita em choque na maioria dos jornalecos das emissoras fascistóides. A tv católica fala de um tal Jesus cristo que competia com alguem em sua época. A tv evangélica fala de uma tal ameaça Chaves bolivarista. Um dos entrevistados lúcido pergunta: qual o país que mais consome cocaína e ópio. Por que será que os EUA tem ampla abertura militar em territórios colombianos e afegãos? O assunto é desviado: - parece que a ditadura militar foi realmente apoiada pelos EUA não é mesmo ?
Zapeio pro Roda Viva, na esperança que o governo do estado não tenha sucateado a única emissora pública decente.
Olha quem é o entrevistado, finalmente vou saber de que lado samba Demétrio Magnoli. Em épocas de eleições as pessoas costumam mostrar a cara. Fiquei surpreso ao ver Ferreira Gullar, comunista, defendendo Serra tão abertamente na Folha de São Paulo.
O sociólogo mostrou a faceta da direita fascista do país. Um sorriso amarelo, e muitos dólares no paletó. Marília Gabriela pergunta com ar de quem vai por fogo em tudo: não seria suicídio político o PSDB fazer oposição a um governo com quase 100% de aprovação? Vale a pena ver esse tal demétrio titubeando, seus olhos vagando de um lado ao outro buscando estimulos pra alguma resposta.
Possivelmente a direita em desespero deve ter mandado os seus intelectuais fazerem a frente, a massa crítica na mídia. Aparentemente não está dando certo. O brasileiro parece buscar outras demandas, quiça aquelas sociais cujo nosso passado democrático recente ainda não conquistou, e que tem um setor retrógrado que faz questão de não querer, correndo o risco de estribucharem por causa desses pobres. Não farei juízo se transferência de renda governo-povo é bom ou ruim. Fato é que, qd se está na Europa, se vangloreia de citar o estado de bem-estar social. Quando é no brasil, é populismo e deve ser crucificado.
Meu pai aparece. O que está vendo? Nada pai, umas mentiras na tv.
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