sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Processo de legalização gradual da maconha nos e.u.a

Maconha, uma droga legal de fato em grande parte dos EUA

Sex, 29 Out, 06h04

Fernando Mexía.


Los Angeles (EUA), 29 out (EFE).- A decisão de se fazer um referendo sobre a liberação da maconha na Califórnia evidenciou a popularidade desta droga nos Estados Unidos, um dos países onde mais é consumida e onde há anos a erva é legalmente vendida para fins medicinais.


Atualmente, em 14 estados e em Washington DC é possível adquirir a substância de forma regulada para aliviar os sintomas de doenças que vão desde o câncer até a esclerose, embora o amplo leque de usos, que inclui o estresse e problemas para dormir, acabou transformando essa droga em mais um produto.


A comercialização é tão comum que, em alguns lugares, os chamados "doutores maconha", encarregados de emitir fórmulas para o consumo, chegam a buscar seus clientes em plena rua.


Este setor promissor gera, por vias legais, mais de US$ 15 bilhões anualmente na Califórnia, principal produtor de cannabis dos EUA e onde, no dia 2 de novembro, os cidadãos deverão decidir se querem descriminalizar a cannabis de vez para os maiores de 21 anos.


A medida tornaria essa droga equivalente ao álcool e ao tabaco e representaria uma fonte de renda através de impostos para os cofres públicos estaduais e locais, ao mesmo tempo que significaria uma dor de cabeça para o Governo de Barack Obama.


A maconha é uma substância ilegal em nível federal nos EUA, sua comercialização é considerada narcotráfico pela Constituição e o país investe bilhões todos os anos na erradicação da droga, tanto dentro como fora de suas fronteiras.


A possível legalização da erva na Califórnia despertou inúmeras críticas na América Latina, que acusa os EUA de incongruência, e a medida pode trazer consequências negativas para toda a região.


"Decisões como esta enfraquecem a luta contra as drogas, um fenômeno que tantos danos causou aos colombianos", avalia o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.


O porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, se limitou esta semana a pedir calma e afirmou que o Governo só se pronunciará após o resultado do plebiscito. No entanto, organismos como a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) se posicionaram recentemente contra a legalização da cannabis.


Para essa entidade federal, a "maconha não é um medicamento cientificamente reconhecido" e sua regularização aumentaria "os casos de dependência" e os crimes violentos.


Os defensores da droga, no entanto, argumentam que será mais fácil controlar o acesso à substância caso a comercialização seja autorizada, em vez de deixá-la nas mãos de traficantes. Porém, segundo alguns analistas, o negócio da venda ilegal de drogas não seria prejudicado com a mudança da lei.


"A legalização da maconha na Califórnia não reduziria consideravelmente a influência dos cartéis mexicanos e a violência associada a eles, a menos que as exportações da Califórnia a outros estados deixassem a cannabis mexicana fora do mercado", disse Beau Kilmer, diretor do Drug Policy Research Center, ligado à ONG RANDE.


De acordo com um relatório publicado em junho pelo programa High Intensity Drug Trafficking Areas (HIDTA), da ONCDP (Escritório Nacional de Controle de Drogas dos EUA), a Califórnia produz atualmente mais cannabis que o México e é a origem da maior parte da droga consumida no país.


Esse mesmo estudo indicou que nos últimos 4 anos a produção nos EUA cresceu 200%, enquanto na Califórnia, subiu 300%. EFE

Um comentário:

  1. Depois assista o episódio recente do ator de "Se Beber, não case", que acendeu um beck no meio de um programa de TV, do Bill Maher, ótimo apresentador, por sinal. Abraços

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