quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Releitura - Folha SP


Fonte: Folha Ribeirão - 03/11/2010
Re-leitura - Grifos são a verdade por trás de uma mídia controlada pelo poderio econômico

Capital internacional já atinge 16 usinas da região

Presença de dinheiro estrangeiro aumenta 220% em apenas dois anos

Entre os principais conglomerados estão os franceses Tereos (Guarani) e Louis Dreyfus (Santelisa Vale) - Fica fácil fazer uma política de carbono neutro poluindo onde não existe controle social de nada, no país da farra do boi.



Márcia Ribeiro/Folhapress


Vista geral da usina Santa Elisa, da francesa Louis Dreyfus

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O número de usinas de açúcar e álcool com participação ou controle de capital estrangeiro explodiu nos últimos dois anos na região de Ribeirão Preto. O crescimento foi de 220%, passando de cinco para, ao menos, 16, com base em dados do Ministério da Agricultura.
Isso significa que 27,5% das 58 usinas instaladas na região têm influência de empresas estrangeiras, percentual que supera o registrado no Centro-Sul do país (que orgulho!).
De acordo com a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), 23% das unidades são controladas por capital estrangeiro.(27,5% {influência} - 23% {controlado} = 4,5 % de "influência sem controle" )
Entre os principais grupos controladores da região estão os franceses Tereos, que adquiriu a maioria das ações das seis usinas da Guarani, e Louis Dreyfus, que assumiu cinco da Santelisa Vale.
Já a formação da joint-venture entre a Cosan e a anglo-holandesa Shell garantiu três usinas, enquanto a Bunge adquiriu a Usina Moema e a Cargill comprou a Cevasa.
Para o empresário Maurilio Biagi Filho, que atua no setor há 54 anos e foi um dos precursores para a presença de capital estrangeiro no país, a internacionalização do setor é uma "realidade positiva "( na conta bancária dele, só se for). "Demonstra o interesse do mundo pela cana-de-açúcar, além de apontar para a liquidez (e a embriaguez do brasileiro) do negócio. Mas também compraram usinas porque muitas estavam em situação desfavorável."

Segundo um estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), as aquisições feitas por grupos estrangeiros no país foram motivadas, principalmente, pela atratividade do setor sucroenergético e a expansão do consumo de etanol no mundo (e eles juram estar contribuindo para os pilares da sustentabilidade).
Além disso, o alto endividamento e a falta de capital de giro, aliadas à crise internacional, fragilizaram as empresas brasileiras e impactaram negativamente os investimentos internos previstos, favorecendo a aquisição de ativos pelas estrangeiras.
Para Sérgio Prado, representante da Unica na região, a presença de capital externo garante a consolidação e o fortalecimento das usinas brasileiras. "O setor requer novos investidores para que continue avançando e crescendo, e isso passa obrigatoriamente pelo capital estrangeiro", afirmou. (às custas da biodiversidade, recursos naturais, usinas movidas à vidas...).

Para o professor de estratégia(?) da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão, Marcos Fava Neves, a presença de capital externo não anuncia a desnacionalização do setor (... é do Brazil-zil-zil). "Ainda há muita usina no Brasil nas mãos de famílias brasileiras", disse.(o melhor é o "família"...Tradição, "Família" e Popriedade - a "estratégia" dele sugere algum limiar pra começarmos a nos preocupar?)

Biagi Filho disse que as estrangeiras fizeram análise de mercado e identificaram no país a melhor opção. tais como mão de obra escrava, legislação ambiental sem fiscalização, terra à preço de bananas, entre inúmeras outras benesses de um país rico em recursos e pobre em gestão.

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