segunda-feira, 9 de maio de 2011

atrazado comu sempre!!!

Fui direto ao terminal antigo...
Só as duas agora rapaz, acabasse de perder o das uma e dez, resmungou o fiscal. Fiquei só pensando na merda do horario, e o fedor que se espalhava pelos bancos corridos e corrimãos.
Colou uma maluco na minha, se arrastando, todo machucado, cagado, mijado, aos trapos, diria, sujo em todos os sentidos, mas quase não em todos, pedindo moedinha pra comer uma marmita. Ja disse que não tinha e minha grana tava contada pra pegar a merda do busão atrasado, que teria que aguardar até as duas. Mas ofereci um cigarro, o ultimo que tinha, na real tinha dois, um pra mim e outro pra ele, não exitando em querer, o cara pegou e sentou ao meu lado se afastando aos poucos. Tava foda a situação, o cara fedia merda, mijo, misturado com sangue em suas pernas, parecendo que tinha sido espancado naquele dia. Na outra via o mano vendendo as botas, trovava o cobrador e o motóra tentando descolar um trocado. Aos poucos foram se aproximando pessoas, e a mobilização crescia. 50 conto o par de sapatos; oooo moçooo tens uma moedinha pra mim comer uma marmita!!
andavam passando e perguntado para todos que chegavam, até então não serem correspondidos. Continuavam.
Tinha uns que até se afastavam, talvez de medo. Percebi quando a senhora se aproximou dos trabalhadores – o cobrador e motorista – no momento em que iria ser abordada pelo guri da marmita. Ela negou, é claro, e saiu pelo outro lado. Ao mesmo tempo, na contramao, vinha um cadeirante, e pediu ajuda a ela para subir a cadeira de rodas na rampa, sentando ao seu lado. Nao deu dois minutos de prosa, colou o maluco do sapatos, com um cigarro não, oferecendo mais uma vez pra ela e agora para o cadeirante. O cigarro o cadeirante já descartou na hora, alem do que o sapatos para a mulher não serviam. De como chegou, saiu andando, desejando um feliz dia das mães.
Nesse meio fio, sentou um cara do meu lado, tomando suco de laranja e comendo salgados. Nao deu outra, o guri foi se aproximando, e mais uma vez – oooo móçooo, tem uma moedinha pra marmita?
junto as pombas que queriam comer seu rango. Nao sei quem mais estava com fome naquele local, alem da minha barriga que roncava calada. Acabei tendo o prazer de contar quantas pombas rodeavam no em torno do salgado do cara. Tinha 12 na frente, e uma preta atras. Logo se assustaram quando o guri chegou. Pode ser pelo cheiro forte que exalava. Mas afinal, tens uma moedinha?
A reação foi rapida. Querix um salgado? Respondeu o cara pruguri. E o guri agradeceu com um Não! Estava escrito nos seus olhos e no seu jeito de se arrastar pelo terminal que o que precisava era mesmo de uma marmita – e um banho. Alem dele nem as pombas rangaram nada, ficaram a mercê da vontade alheia em jogar as migalhas de seu salgado. Fui compulsivo em esxpulsa-las DALI. Sabia que naquele local nem raspas e restos sobrariam, alem dos restos deste fragmento.
Domingo! Oito do cinco.
Fui acordado pela chamada da minha mae, ao longo da manha. Que merda, preprarei um susto pra ela, e acabei sendo assustado por ela. Bom dia meu filho, obrigado pela surpresa logo cedo. Que flores são essas que não conheço?.. nessas horas não sabia se estava acordado, meio dormindo, com a bába nos lençóis. È Tulipa mãe,. Pensei - espero que seja. !! ( vai saber o que entregaram pra ela.. foi tudo a distancia que poderia ser qualquer outra flor que levaram-na). - depois ligo-ti pra te desejar oo feliz dia das mães, pô foi mal, mas to capotado aqui no quarto.
Foi na pressa mesmo que desliguei, senao, não daria tempo dos afazeres da partida. Corri, pra ca, arrumei ali, fechei a casa, e perdi o busão. Fui tentar carona, e nada. Passou um amigo, mais disse que extaria voltando para o mexmo lugar donde estava vindo, ou melhor pra onde eu não iria. Nao podia voltar naquela hora. Minha direçao era outra: o terminal. Peguei o pantano do sul as pressas, contando os ponteiros do relógio. Maldito relógio que me agonizava a distração. Estavamos entrando no terminal, e o direto para o centro saindo. Filho da puta do motorista, que podia ter acelerado mais um poquinho pra ter dado tempo de conseguirmos. Filho da puta !! foi o que disse..
Cigarro da distração. As flores da sogra já pendiam para o lado. Tulipas, vermelhas. Coitadas até brocharam de tanto vento que sopravam eu sua direção. Até tentei protege-las, mas não tinha como. Além de leva-las na mão, não havia sacola, suporte, nada que poderia protege-las do vento. Botei pra jogo mexmo. Talvez, se jogar agua depois elas voltam a ficarem de pé. Quando desci no ponto, fiz umas gambiarra com o caule de uma arvore, amarrando com alguns cipós para deixa-las em pé.

De um lado para o outro, eles andavam no terminal, De esmolas ao comércio, negro comércio, pelas volupias de domingo. A rua parecia um velório, subitamente mórbida, ainda Q se viam carros passarem. Na real havia mais viaturas de plantão do que carros, também né, com aquele centro do desterro transformado em um estado de exceção permanente, não seria de se esperar que só veriamos viaturas passarem por lá. Merdaa...de meganhas!

Foi o busão que se adiantou. Apareceu no ponto 30 minutos mais antis. Quando chegou, pessoas desciam com seus ares decrépitos na cara, e o guri no mexmo tom: OOOOooo moç@@@@@, tens uma moédinha.????...as pessoas desciam e mal olhavam para o guri... até esvaziarem a lata ambulante.. Não demorou pra começar o falatório. Duas velhas, mais aquele rapaz do salgado começaram a resmungar, que onde já se viu o guri não ter apoio da família; que ele devia estar perdido nas drogas; que não tinha futuro; que não conseguiria ser ninguém na vida; que estavam com pena do coitado, e blablablablabla... - que saco essa raça du caralho Q se intromete na vida alheia pra resmungar sermãos e mais sermões.

Sem perdão, deveria ter gritado a eles. Mas decidi que nem minha voz valeria naquele instante. Vermes insolentes que não sabem de nada, alem de gozarem na cara pelas costas. Voltei...! confesso que esse dia das mães estava sendo repugnante para o lumpen. Lá no terminal do Rio Tavares, depois daquela filhadaputisse do pantano do sul, o xá de cadeira foi grande, Que deu até pra fumar um cigarro. Maldito segurança. Guardinha de bosta. Estava vindo em nossa direção empurrando um mendigo pra fora do terminal, e o mendingo empurrando ele pro lado. Foi assim que começou a briga. Ninguem nun entendendo nada, além da lastima da repressão. Porraaaaaa.. Até apareceu uma pessoa pra intervir, e nada. O segurança conseguiu o Q queria, Filho da puta. Feliz dia das mães, gritou o mendingo.

Uma hora. Entrei no Direto. As flores entre o meio de minhas pernas, balançavam pra la e pra cá, mas com suas cabeças baixas. Devia ter pego aquelas que estavam semi-abertas, com um broto ainda se abrindo. È,,!! não acabou rolando, peguei as compridas...e me fudi..!
ilustração:banksy

Um comentário: