domingo, 18 de setembro de 2011

Neocolonilismo Escancarado II

Folha de são Paulo - 18/08/2011

Dinheiro público para financiamento de empreiteiras brasileiras no exterior? isso me lembra a corporatocracia chamada EUA.

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Presença de empreiteiras se multiplica no exterior

Desembolso do BNDES para projetos internacionais sobe 1.185% em 10 anos

Dados do BC também mostram grande alta em venda externa de serviços de construção e de engenharia

Joel Silva - 13.mai.10/Folhapress

Construção de usina de álcool pelo Grupo Odebrecht na Província de Malange, Angola

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

A exportação de obras de construtoras brasileiras explodiu nos últimos dez anos.
O desembolso de financiamentos do BNDES para obras de empreiteiras brasileiras no exterior aumentaram 1.185% entre 2001 e 2010, passando de US$ 72,897 milhões para US$ 937,084 milhões.
No governo Lula, que usou a diplomacia presidencial para abrir mercados para empresas brasileiras na África e América Latina, o crescimento foi de 544%.
Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa tiram uma parcela cada vez maior de seu faturamento de obras feitas em países como Venezuela, Peru, Angola e Moçambique.
"O banco financia obras de infraestrutura desde 1997 e jamais houve uma demanda tão grande para projetos no exterior", diz Luciene Machado, superintendente de comércio exterior do BNDES.
"Antes isso se restringia à Odebrecht, mas agora vemos todas as empreiteiras fazendo uma opção pela internacionalização", afirma.
Ela prevê que os desembolsos devem chegar a US$ 1,3 bilhão neste ano, uma alta de 38% em relação a 2010.
Já há contratos para construção de uma hidrelétrica na Nicarágua e hidrelétricas e gasoduto no Peru, que devem começar a ter desembolsos em breve.
Os desembolsos do BNDES não são os únicos indicadores do aumento das exportações das empreiteiras.
Segundo dados do Banco Central, ao lado de exportação de serviços de tecnologia de informação, construção e engenharia estão entre os que mais crescem.
De acordo com o BC, as exportações das empreiteiras entram em duas categorias -exportações de serviços de construção ou de engenharia, ou investimento brasileiro direto (IBD).
O IBD em infraestrutura e construção de edifícios cresceu de US$ 194 milhões em 2006, primeiro ano pesquisado, para US$ 455 milhões em 2010, uma alta de 186%.
Já as exportações de serviços de construção e engenharia cresceram de US$ 1,8 bilhão em 2003 para US$ 5,7 bilhões em 2010; alta de 208%.
Esses dados subestimam o valor real das exportações. Segundo o BC, muito do investimento brasileiro direto é feito a partir de reinvestimento de lucros auferidos no exterior, que as empreiteiras não internalizam, por isso não entram na estatística.
Já nos números de exportação de serviços de construção e engenharia entram apenas os projetos de curta duração.

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