quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O metabolismo social

O Poder do Povo - extraído de o metabolismo social


A democracia é um sistema complexo, dotado de organicidade própria a cada país, havendo uma evolução histórica de seus valores, tradições e práticas. Estas mudanças ao longo do tempo, se traduzem em valores da sociedade, que precisam ter espaço e acessibilidade para levar adiante as almejadas mudanças que surgem, inerentes ao processo dinâmico de evolução do sistema.

Para dirigir essa máquina, pode-se ser pensado que este sistema funciona como um organismo vivo, onde o poder do Estado seria o Cérebro, com capacidade de próprio-cepção (sentidos), planejamento (capaz de racionalizar na 4a dimensão) e tomada de decisão; o coração seria o trabalho do povo, onde todos estariam bombeando para um único motivo: manter a colônia viva, funcionando, com o bem-estar que nossas tecnologias atuais possam permitir, estendidas a todas as operárias por igual.

O sistema nervoso periférico, seriam as secretarias, ministérios, agências, responsáveis a conduzirem as informações para os centros de tomada de decisão (órgãos, mãos e pés) para que o mesmo objetivo comum continue a ser executado: manter o super-organismo vivo, em equilíbrio, em sua melhor forma que a disponibilidade de recursos e tecnologias possam permitir.

Falando em recursos, estes serão carregados através de nosso sistema de transporte: rodovias de veias e artérias, que se capilarizam, trocam energia, doam e recebem matéria e rejeitos, em um sistema de logística reversa facilitado, cooperativo entre os setores.

Já o sistema que nos abastece de energia, nossa alimentação é vinda primordialmente de maneira exógena, temos um filtro seletivo, chamado boca, pelo qual podemos selecionar o que deve entrar conforme necessidades: açúcares para uma dada tarefa, suplementação de proteínas em esforço físico excessivo, etc.

Este fenômeno pode ser entendido também como quando vendemos nossas reservas de minério para investir em educação, saúde, transporte, ou seja, tudo aquilo que, conforme o aumento da complexidade de nossa sociedade precisamos criar como subsistema para nos mantermos vivos. Colocarei que o sistema metafágico gastro-intestinal seja a economia, onde transformamos matéria prima bruta em outras ações, invenções, priorizações; Podemos ter que fazer muito cocô para limpar tanta sujeira, podemos acumular em porções de banhas e barrigas locais, caso o sistema esteja produzindo um excedente não metabolizável, que não está sendo distribuído por igual à algumas células, ou que poderiam estar até a criar novos sistemas, como explorando outros super-organismos (planetas).

A cerne deste ensaio é que concebamos a vida numa perspectiva orgânica. Assim, o que temos é que nossa colônia deve se manter viva, funcionando da melhor maneira possível conforme os recursos disponíveis no momento.

Neste princípio, precisamos de um sistema saudável, auto catalítico, capaz de se abastecer e se perpetuar. Para este fim, existem os subsistemas: A economia, a política, as instituições. Entretanto, estes devem ser entendidos enquanto meio, e não enquanto fim. A finalidade é sermos autônomos, livres, saudáveis, repletos de amor, funcionais. Se não entendermos a vida nesta perspectiva, tudo o que fizermos será um erro vital ao sistema (planeta terra).

Estes subsistemas devem trabalhar para o fim, o objetivo comum.

As instituições como concebidas para alimentarem um subsistema, o econômico, desregulou o metabolismo do sistema, estamos oscilando longe do centro, entre hipertireoidismo e hipotireoidismo: uns metabolizando muito, outros nada.

Para voltarmos a termos saúde, precisaremos encontrar um meio de voltar à homeostase, para regularmos nosso funcionamento. Esta homeostase, só poderá ocorrer com auto-controle. Sim, a palavra controle pode assustar. Mas ela existe de uma forma ou de outra. a questão é se vamos optar que tenhamos mecanismos de controle social, ou econômicos. Se iremos trabalhar para o super-organismo funcionar bem, ou para o subsistema assumir enquanto sistema e ideologia?

O problema todo do sistema portanto pode ser entendido como uma falha de auto-controlo, auto-gestão, ou ainda, dependência de instituições corruptas, a começar pelo subsistema economia.

O subsistema econômico tem poder para comprar células que são altamente mutáveis. Os linfócitos e células de defesa, também conhecidos como polícia. Estas tem o poder de expulsar do sistema aquilo que é subversivo ao subsistema, pois este pretende se tornar sistema.

Assim, escravizamos o superorganismo, que antes era livre e podia só depender da luz do sol e das águas da chuva, para amarrá-lo à correntes de cumprimento cada vez mais curto e calibre cada vez mais grosso. Saímos de um sistema de abundância, para um sistema de escassez relativo.

Cada país portanto, precisa rever a apropriação de seus recursos, para se tornar menos dependente do subsistema econômico, e mais da gestão desta abundância, que pode vir a se tornar escassez.

A apropriação privada dos recursos e dos serviços com fins ao lucro, é uma forma de cobrar duas vezes o trabalho perpetrado pela sociedade: uma através do trabalho em si para este sistema, a outra da tarifa, taxa, imposto ou pedágio do bem econômico.
Uma estrada com pedágios que não retorna este "lucro" no próprio sistema, se voltará a uma outra atividade que retorme mais lucro, e depois a outra que retornará com mais lucro, criando aquela velha máxima: privatiza-se o lucro, socializa-se os prejuízos. Quem ganha e quem perde deve ser uma pergunta norteadora deste consórcio público-privado.

Este sistema descontrolado está a pilhar e varrer da terra infindáveis riquezas com impactos sociais e ambientais negativos, somente para seu auto-sustento, dando ora aqui ora ali uma mordomia com relativa acessibilidade, como uma casa ou um carro a um grande número de pessoas (classe média). Mas lembrem-se, agora estamos a trabalhar para um subsistema, não mais para o super-organismo.

Isto, obviamente se traduz em custos, ou falta de saúde para um sistema doentio. Isto é experimentado pela poluição das águas, eliminação da biodiversidade, violência, seres humanos cada vez mais doentes e dependentes de próprio subsistema de escravidão.

A crise pela qual passamos, é que estamos envoltos em um névoa de ilusão material, que nos condicionou a um prazer doentio, por que não dizer, sado masoquista, onde não mais nos enxergamos como parte de um todo, mas apenas mais uma engrenagem determinista na roda da economia. Está na hora de ser aquela porca desajustada… exercer nosso livre arbítrio. Não somos engrenagens. Não trabalhamos para o tempo dos sistemas econômicos, para o interesse privado, para a fortuna pessoal de algum
patrão.

Nós somos parte deste super-organismo. Nós somos este sistema. Se este sistema está doente, nós estamos doentes, como podemos então estar satisfeitos? É hora de corrigirmos nossa postura diante do mundo. A grande revolução virá primeiro em cada célula que se perceber. após isto, é preciso acordar, para se desamarrar e se libertar o máximo enquanto for possível. Então estão realizadas as condições mínimas necessárias para que nos libertemos enquanto livre-organismos. Em comunidade, em comunhão com um bem universal. Eliminar eventuais patógenos do sistema através do trabalho em comunhão, socialmente construído, com responsabilidade, diminuindo a entropia do sistema ao máximo quanto for possível, para que não tenhamos que arcar no futuro com maiores externalidades, maiores sofrimentos, quando já não tivermos mais o alimento sadio que outrora nos foi dado para aqui nos educarmos e evoluirmos.

De Gabriel Ferreira de Azevedo Clemente
"deveria estar estudando, mas estou criando."

Los estudiantes de la USP precisan vencer!... a pesar de la LER-QI

Los estudiantes de la USP precisan vencer!... a pesar de la LER-QI
Escrito por Ronald León
Martes 29 de Noviembre de 2011 23:11
Una polémica con la ultraizquierda stalinizada
En la brasileña Universidad de San Pablo (USP) estamos asistiendo a acontecimientos tan impactantes como repudiables, cuyas repercusiones no sólo trascendieron los límites de la universidad sino que adquirieron relevancia internacional.

Desde el mes de setiembre de este año, el rector de esa institución, João Grandino Rodas, firmó un convenio que establece la presencia permanente de la Policía Militar (PM) en el campus de la USP con el argumento de que esta medida garantizaría una “mayor seguridad” a la comunidad académica[1]. Esta iniciativa altamente reaccionaria, que viola de forma flagrante el principio de la autonomía universitaria, en poco más de dos meses comenzó a mostrar sus verdaderos fines, los cuales no tienen nada que ver con “proteger” a los estudiantes, profesores o trabajadores de la USP o algo similar, sino con reprimir e intimidar al movimiento estudiantil y sindical dentro de la institución.

Esto quedó patente, ante el asombro de muchos, cuando el pasado 8 de noviembre, en horas de la madrugada, unos 400 efectivos de la tropa de choque de la PM, apoyados en su operativo por la sección montada, vehículos blindados y helicópteros, invadió el predio de la USP para desalojar de forma violenta y brutal a un grupo de estudiantes que ocupaba la sede del rectorado desde hacía unos días. El saldo de esta acción de guerra contra el movimiento estudiantil y social fue de 73 compañeros y compañeras presos y procesados judicialmente. La PM actuó cumpliendo una orden judicial que, a su vez, fue impulsada por el propio rector Rodas.

Aquí no hay rayo en cielo sereno. Estos hechos vergonzosos son parte de todo un proceso consciente de militarización de la USP, que es encabezado por el mismo Rodas, un fiel servidor del gobernador del Estado de San Pablo, Geraldo Alckmin, del derechista PSDB. Este proyecto de militarizar la USP, instaurando un régimen “macarthista” en su seno, entendido esto último como una situación de persecución permanente, reaccionaria y paranoica de la izquierda o de cualquier tipo de oposición al orden establecido, responde a su vez a un proyecto más global que pasa por consumar la privatización-elitización de las universidades brasileñas colocándolas -aún más- al servicio de los intereses de las transnacionales y del mercado. Como condición para concretar esta estrategia, la burguesía brasileña y sus representantes políticos saben perfectamente que deben acabar con cualquier resistencia que pueda provenir del movimiento estudiantil o de los demás sectores del movimiento social. Descabezar y desmantelar nuestras organizaciones es, para ellos, tarea de primer orden. He ahí donde radica la importancia política, para ellos, de militarizar y liquidar la autonomía universitaria en la USP y en el resto de las universidades.

Frente a los peligros concretos de esta ofensiva, es que la lucha contra la militarización en la USP -cuyos objetivos, para el PSTU y la LIT, se concretan en las consignas de !Fuera PM! !Fuera Rodas! !Por el desprocesamiento inmediato de los 73 estudiantes que fueron presos! !Por un proyecto alternativo de seguridad para la comunidad académica de la USP!- es, en estos momentos, parte fundamental de la lucha más general por una educación pública, gratuita, autónoma y de calidad. Estamos delante de una lucha de vital importancia en defensa de libertades democráticas elementales, sin las cuales será imposible frenar el proceso de destrucción de la universidad pública, que se impulsa desde el gobierno central encabezado por la petista Dilma Rousseff.

En este sentido, León Trotsky decía que “la estrategia sin su correspondiente táctica será siempre una abstracción teórica inerte”[2]. Si convenimos en estos objetivos generales, se hace imperioso, para avanzar, sopesar las diferentes políticas, tácticas, métodos y propuestas de acción que las diferentes corrientes dentro del movimiento estudiantil han defendido hasta ahora. En este sentido, existe una polémica con las corrientes ultraizquierdistas que actúan en la USP y que ganó importancia con el desarrollo del conflicto.

Nos referimos, concretamente, a la llamada Liga Estrategia Revolucionaria (LER-QI), ligada al PTS argentino, que desde el inicio de la lucha defendió acciones que, al no corresponderse con la correlación de fuerzas entre el movimiento estudiantil y nuestros enemigos, no pasaron de ser meras aventuras irresponsables que colocaron en riesgo la lucha de los estudiantes. Para peor, todo esto lo impulsaron con métodos burocráticos y apelando a calumnias de la peor calaña stalinista contra el PSTU y otras corrientes con las que no concuerdan políticamente. El debate, por lo que está en juego, es ineludible. Para iniciarlo, corresponde ir primero a los hechos.

¿Cómo se dieron las cosas?

La crisis actual comenzó el 27 de octubre cuando, en el marco del reaccionario convenio Rodas-PM, la policía intentó apresar a tres estudiantes por supuesta posesión de marihuana. En ese momento, un sector de los estudiantes reaccionó y, protegiendo a sus compañeros de la arbitrariedad policial, logró expulsar a los uniformados del recinto. Esa fue una victoria importante del estudiantado, que abría una situación favorable para colocar con más fuerza el debate sobre la presencia policial en la USP, ampliando el espacio para organizar una fuerte campaña contra la misma. Sin embargo, sin mayor reflexión, la LER y otros sectores afines a su política y concepciones, arrebatadamente propusieron, de entrada, la ocupación de la sede administrativa de la FFLCH (Facultad de Filosofía, Letras y Ciencias Humanas). Los militantes del PSTU, en ese momento, propusieron otro tipo de medidas como actos, marchas y debates en el marco de una campaña que apuntara a ganar a importantes sectores de la masa estudiantil para esta causa democrática. Sin embargo, esa asamblea resolvió ocupar y, a pesar de que el PSTU no creía que las condiciones estuvieran dadas para esa medida, acató la decisión de esa instancia y participó activamente de la ocupación.

Es un hecho que aquella ocupación de la FFLCH nació aislada y debilitada, tanto en la USP como a nivel de la opinión pública. Fue entonces cuando, en otra asamblea, realizada el 1 de noviembre, se discutió el tema democráticamente entre más de mil estudiantes y, por una mayoría de votos de 559 contra 458, se resolvió desocupar esa facultad. Después del horario máximo marcado por la asamblea y la declaración de su final, un grupo de estudiantes, encabezado por la LER, resolvió ocupar otro predio de la USP, esta vez el propio rectorado. Esa ocupación, decidida a espaldas de las instancias deliberativas y resolutivas legítimas de los estudiantes, no sólo permaneció aislada sino que dividió al movimiento estudiantil. El rectorado, de manera totalmente antidemocrática y autoritaria, convocó nuevamente a la PM dentro del campus para efectuar el desalojo violento de la ocupación, donde fueron apresados y procesados 73 estudiantes.

¿Democracia “para los que luchan” o democracia donde la base decide?

Sabemos que, en política, nada es azaroso. Todo tiene un porqué más o menos de fondo. Las cuestiones “tácticas” de una organización siempre están ligadas a su estrategia y concepciones generales.

Esta forma de actuar en los conflictos, es decir, esta política y metodología de la LER-PTS, tiene detrás toda una concepción teórico-ideológica que ellos dieron a llamar “democracia para los que luchan”. Este esquema plantea, básicamente, que las decisiones sobre los rumbos del movimiento deben ser tomadas sólo por los activistas que estén dispuestos a luchar o, utilizando las palabras de una curiosa “nota militar” de la LER, por aquellos cuyo centro es “el combate, la reflexión y la voluntad de actuar para vencer”[3], aquellos que tienen “moral para el combate”. De esta forma, las decisiones de lo que es mejor para una determinada lucha no corresponde a las masas, a la base del movimiento, sino sólo a aquellos que tengan la “obstinada voluntad de estar en la línea de frente de los combates”[4]

Estos fraseólogos ultraizquierdistas profesionales actúan con un criterio ya señalado por Trotsky: “Para el sectario, la vida social es una gran escuela y él su profesor”[5]. Por ser enemigos irreconciliables de la dialéctica (no en palabras, donde nadie les gana, sino en la acción), método que para Trotsky “siempre toma la experiencia como punto de partida para luego volver a ella”[6] , aplican un método formal e iluminista, nunca exento de arrogancia, típico de la intelectualidad pequeñoburguesa radicalizada.

Esta armazón teórica los lleva, por supuesto, a irrespetar burocráticamente las decisiones de las asambleas legítimamente constituidas dentro del movimiento de masas. Como la democracia es “para los que luchan” y no para las masas, nuestros brillantes estrategas sólo participan y acatan las decisiones asamblearias toda vez que éstas coincidan con su política y sus propuestas de acción. Fue así que, en la USP, al defender la importancia del comando de huelga que se conformó (lo cual es correcto), comenzaron a cuestionar la legitimidad del DCE[7] como entidad de masas, como instancia legítima de los estudiantes (un error grave, típico de todo ultraizquierdista o del anarquismo). Nosotros tenemos muchas críticas a la actual dirección del DCE de la USP, en manos de corrientes ligadas al PSOL, pero eso nunca nos puede llevar a cuestionar al DCE como entidad representativa de los estudiantes. Una cosa es cuestionar a la dirección política de un gremio, otra muy distinta es, por causa de su dirección, negar la legitimidad del gremio como tal. La LER expresa este error de concepción de forma clara en su citada “nota militar”: “Este organismo [el comando de huelga]...es el que permitirá, como una asamblea de las asambleas, su evolución democrática y radical [del movimiento]. Dos democracias comienzan a chocarse. La formal por fuera de la lucha de clases, la de las elecciones y de las entidades como el DCE, y la democracia de los que luchan, de la representación de los movilizados, de las asambleas, de las ocupaciones”[8]. Es decir, el DCE sería algo “por fuera de la lucha de clases” y en ese espacio se ejercería una “democracia formal”, cuando el comando de huelga, donde estarían sólo “los que luchan”, lejos de estar sometido a las decisiones de la asamblea general (donde la base estudiantil debe mandar) estaría por encima de ellas, al convertirse en una “asamblea de las asambleas”.

Esta lógica no responde a la principal necesidad del movimiento en este momento, que es construir una amplia unidad de todos los sectores, en el marco de una fuerte campaña democrática, contra el rectorado y la PM. Sólo con un movimiento fuerte y unificado será posible conquistar la victoria. La LER se niega a construir ese movimiento, así como se niega a reconocer las entidades históricas y legítimas del movimiento estudiantil. De este modo, no actúa en el sentido de esta gran tarea.

Estamos frente a otra concepción de movimiento y de democracia obrera. El objetivo dejó de ser hacer política para las masas, para centrarnos exclusivamente en aquella vanguardia más radicalizada. Coherentes con esta concepción, definen así sus objetivos: “Nuestra tarea es formar una corriente de millares en todo el país que sea la voz de aquellos que están fuera de la universidad. Que encare cada lucha suya como parte de la lucha general de los trabajadores y del pueblo contra la burguesía. Para esto es preciso ser los más consecuentes defensores e implantadores de la democracia de los que luchan, de esta nueva forma de construir una dirección del movimiento que comienza a ser realizada en la USP, el comando de delegados de asambleas de curso”[9]. Nosotros estamos completamente a favor de haber conformado un comando de huelga y nos jugamos con todo para fortalecerlo, pues es un espacio democrático y necesario para organizar y centralizar la lucha. Dicho esto, debemos ser categóricos en sostener que todo comando debe ser sometido a la base del gremio, no puede estar “por fuera” de las decisiones de los estudiantes pues, si fuese así, de democrática esta instancia pasaría a ser burocrática. Nunca un “comando”, del tipo que fuere y por más indispensable que sea para cualquier lucha, puede ser superior o suplantar a las asambleas de base. De esta “nueva forma de construir una dirección del movimiento”, altamente elitista, la única dirección que puede surgir es una que sea profundamente burocrática.

Tal es la concepción de la LER. Ellos sostienen que las asambleas son espacios de tipo “parlamentarios”, que sólo “sirven para presionar por negociaciones con el rectorado”. Por esto “el comando de huelga no puede ser meramente un organismo ejecutivo de las resoluciones de la asamblea general”. Si el comando de huelga no es una instancia que está subordinada y ejecuta las decisiones de la asamblea general de todos los estudiantes significa que, para la LER, este espacio está por encima de aquella máxima y soberana instancia. Para nuestros maestros de “democracia” gremial, el comando de huelga no sólo estaría por encima de las asambleas generales sino hasta de las propias asambleas de curso pues “los mandatos de los delegados no deben ser imperativos (cuando los delegados sólo pueden votar exactamente sobre lo que fue votado en su asamblea de curso) pues, si no (…) los delegados de un curso pueden expresar solamente las posiciones mayoritarias del mismo (...)”[10].

Nos preguntamos, si los delegados al comando de huelga no deben estar sometidos a mandatos imperativos de sus bases (asambleas de curso) y no deben estar obligados a defender las “posiciones mayoritarias” de esas asambleas, entonces, ¿A quiénes representan? ¿Serían delegados de quién? ¿Sus propuestas responderían a quién o a qué? ¿Esos delegados -quizá porque tienen una “moral” de combate más avanzada que los “atrasados” estudiantes que los eligieron en las asambleas de curso basados solamente en su “sentido común”- están por encima de todo y tienen carta blanca? La LER, que se ufana de democrática y acusa al PSTU de burocrático todo el tiempo, entra en una serie de contradicciones al defender las asambleas de curso (donde dicen que está la base, pero terminan defendiendo que los delegados no se sometan del todo a sus decisiones mayoritarias) en contra de las asambleas generales (donde también está la base) para acabar anulando el poder de ambas en favor de un comando de huelga que no esté sometido a la disciplina de ninguno de los dos niveles de asambleas. Se desnuda así, a pesar de sus palabras, la concepción sumamente burocrática que defiende la LER dentro del movimiento estudiantil y social.

Toda esta concepción burocrática se basa en la teoría de la “democracia de los que luchan”. Esta teoría, puesta en práctica resulta ser nefasta, suicida y criminal para las luchas en general, pues preparan, como en este caso, las derrotas más duras y desmoralizantes para el movimiento. Parte de una lógica que, en la práctica, busca sustituir la acción de las masas por las de una pequeña vanguardia dirigida por ellos, que se creen conocedores de todo lo humano y lo divino. Esta teoría, aunque no lo admitan, no tiene la menor confianza en el poder creador de las masas, pues las consideran muy atrasadas como para que puedan decidir sus destinos de forma soberana.

En el caso del conflicto en la USP, la LER sustenta su política enfocada en la vanguardia radicalizada con la siguiente apreciación de las masas: “... El PSTU se olvida de que, como enseñaba Clausewitz (…) la 'masa' (opinión pública incluida) debe ser vista como fuerza 'física' (fuerza numérica) pero principalmente como fuerza 'moral' (ánimo, disposición para luchar, coraje, cohesión como grupo o colectivo). La 'masa', después de tres décadas de neoliberalismo y derrotas, es cada vez mayor (fuerza numérica) pero cada vez menos cohesionada, corajuda y dispuesta a luchar, cada vez más individualista, conformista, pasiva y pacífica. O sea, contradictoriamente, la masa tiene más fuerza numérica pero menos fuerza de combate, pues su 'moral' es cada vez más la moral del enemigo (defensa del orden, de la policía, de la ley, de la paz social, del 'estado de cosas')”[11].

Está todo dicho. Como el “coraje” y la “moral” combatiente de las masas no satisfacen las exigencias del exquisito paladar político de la LER ¿Para qué perder tiempo haciendo política para ellas? ¿Para qué perder el tiempo intentando elevar su nivel de conciencia, aplicando el método del programa de transición trotskista? Es mejor -más fácil y más cómodo- hacer política para “una pequeña vanguardia estudiantil dotada de un sentimiento (moral) antipolicía” y volcarse “como vanguardia consciente, revolucionaria (…) a construir una fuerte vanguardia de jóvenes conscientes del papel de la policía y de la necesidad de combatirla y disolverla”[12].

La LER, como el resto de la ultraizquierda, encara sus acciones como si se tratara de un partido de ping-pong: de un lado Rodas-PM y del otro ellos y lo que ellos consideran que es la vanguardia más combativa y decidida; las masas (que tienen la “moral del enemigo”) quedan siempre en el medio, relegadas a ser simples espectadoras. Este desprecio hacia las masas y al principio mismo de la democracia obrera es típico de corrientes que caen en la desesperación pequeñoburguesa, que justifican con todo tipo de ideologías su cobardía para realizar un trabajo político en la base y su rechazo hacia aquello que enseñaba Lenin sobre “explicar pacientemente” nuestra política a las masas para elevar su conciencia y, en ese proceso, ganarla para las posiciones revolucionarias.

Lenin, Trotsky y…Von Clausewitz contra la LER

Los militantes de la LER, supuestos estrategas “militares” a los cuales es mejor perder que encontrar, recurren en auxilio de sus posiciones al conocido y genial general prusiano Claus Von Clausewitz. Este brillante teórico y práctico de la ciencia de la guerra es autor de la famosa máxima de que “la guerra es la continuación de la política por otros medios”. Sabia verdad. Otra gran verdad es lo que decía Trotsky, tomando esta definición de Clausewitz, sobre el ultraizquierdismo: “Su política en tiempos de guerra será la fatal consumación de su política en tiempos de paz”[13]. La política de la LER, como la de todo aquel que adolece de la enfermedad del ultraizquierdismo, se basa no sólo en el desprecio pequeñoburgués a las masas, sino en abstraerse completamente de la realidad objetiva y no tomar en cuenta el análisis riguroso de algo que en la ciencia militar y en el marxismo se llama correlación de fuerzas y que no sólo Clausewitz, sino Lenin y Trotsky, se desvelaban por hacerlo de una forma milimétrica antes de plantear una táctica o de emprender cualquier tipo de acción.

Decía Lenin que la “médula del marxismo y de la táctica marxista” reside en “tomar en consideración la correlación de fuerzas”. El máximo dirigente del octubre ruso insistía en que: “Nosotros, los marxistas, nos hemos enorgullecido siempre de saber determinar, teniendo en cuenta estrictamente las fuerzas de las masas y las relaciones entre las clases, la conveniencia de una u otra forma de lucha. Hemos dicho: la insurrección no es siempre oportuna; sin ciertas premisas concretas es una aventura. Hemos condenado muy a menudo, como inoportunas y nocivas desde el punto de vista de la revolución, las formas más heroicas de resistencia individual[14]. Para Lenin, plantear una forma de lucha sin tomar en cuenta las fuerzas de las que se dispone era simplemente criminal. En 1918, en su famosa polémica con los “comunistas de izquierda”, donde, por carecer de ejército, defendió a muerte firmar el tratado de paz “archi-desventajoso” de Brest-Litovsk, que pretendía imponer de forma humillante el Estado imperialista alemán antes que emprender una “guerra revolucionaria”, como proponían los ultraizquierdistas, escribió: “(...) es preciso (...) limitarnos a la propaganda, la agitación y la confraternización mientras no poseamos fuerzas para asestar un golpe duro, serio y decisivo en un patente conflicto militar o insurreccional (…) Es evidente para todos (salvo, quizá, para quienes están completamente embriagados por la frase) que aceptar un importante conflicto insurreccional o militar a sabiendas de que no se dispone de fuerzas, a sabiendas de que no se tiene ejército, es una aventura que, lejos de ayudar a los obreros alemanes, hace más difícil su lucha y facilita la tarea de su enemigo y el nuestro”[15]. Esta última parte es importante pues no faltan los que dicen que “hechos políticos” derivados de acciones radicalizadas en la USP pueden inflamar o despertar la lucha en otras universidades. Si la vida fuera tan fácil….

Y, a propósito de Von Clausewitz, veamos cómo Lenin interpretaba sus enseñanzas en momentos en que la correlación de fuerzas le era desfavorable: “Si las fuerzas son a ciencia cierta pocas, el principal medio de defensa es replegarse al interior del país (quien vea en esto una fórmula traída de los pelos para el caso presente, que lea lo que dice el viejo Clausewitz, uno de los grandes autores militares, acerca de las enseñanzas de la historia sobre el particular)”[16]. No siempre la táctica más apropiada para “vencer” es atacar. Por lo general, uno ataca una posición si tiene las condiciones para hacerlo.

Pero estas lecciones básicas no caben en los esquemas de la LER. Para ellos: “los marxistas, delante de los intereses antagónicos, la fuerza (combate, métodos radicales, guerra) será el elemento decisivo, por tanto los 'métodos' deben ser 'de guerra', proporcionales a los 'grandes objetivos e intereses' ”[17]. Es decir, siempre que existan “grandes intereses antagónicos” (en la lucha de clases siempre existe eso) o “grandes objetivos e intereses”, el “método” debe corresponderse no a las fuerzas de que disponemos sino a la magnitud de nuestros fines. Es buen momento para agradecer que estos generales no cuenten con ejército.

Es lamentable constatar, compartiendo con Lenin, que en la LER y en otros grupos afines a su política y sus métodos“no hay el menor indicio de que comprendan la importancia del problema de la correlación de fuerzas”[18]. Esto es imposible pues, como escribía Trotsky: “los escolásticos ultraizquierdistas no piensan en términos concretos sino en abstracciones vacías”[19].

¿A la ofensiva o a la defensiva?

Es preciso analizar, a la luz de estas definiciones y enseñanzas de nuestros maestros, qué política sostuvo y sostiene la LER ante el conflicto en la USP. Contrastar, como marxistas, sus propuestas de acción con la realidad objetiva que vive el movimiento estudiantil de la USP es fundamental para extraer las lecciones necesarias y poder continuar esta lucha tan importante.

Lo primero es saber que este conflicto se dio en un momento en que un amplio sector de los estudiantes no se posicionaba a favor de las pautas del movimiento estudiantil. La base de apoyo de esta lucha aún era bastante limitada y el rectorado contaba con el respaldo de la opinión pública dentro y fuera de la universidad. En este contexto político, la ocupación unilateral del rectorado, dividió el movimiento y acabó colocándolo aún más a la defensiva. En lugar de buscar otros medios para disputar la conciencia de los estudiantes y ganarlos para la lucha masiva y contundente contra Rodas-Alckmin-PM, la ultraizquierda tomó un camino que sólo aisló más la lucha, al alejar a muchos estudiantes de la ella. Según datos de Datafolha publicados el 13 de noviembre, 58% de los estudiantes aprueba la presencia de la PM en el campus y 57% tiene más confianza que miedo en ese cuerpo represivo. Por otro lado, 73% de los estudiantes estuvo en contra de aquella ocupación aventurera y 53% opina que los estudiantes que participaron deben ser castigados. Se evidencia así que el apoyo a la PM dentro del campus aún es amplio. Incluso entre aquellos que están en contra de la PM en la USP, un sector considerable estuvo en contra de la táctica de la ocupación. Realidad amarga, pero realidad al fin.

Pero, cuando hablamos de correlación de fuerzas no hablamos sólo de números. Las tendencias de opinión, es verdad, no pueden ser nuestro único criterio o parámetro y, es sabido, es muy improbable que en la masa estudiantil se logre una mayoría absoluta a favor de las banderas históricas del movimiento. Por eso, además de las tendencias de opinión, es preciso determinar quién está políticamente a la ofensiva y quién a la defensiva. Aquí cabe ser categórico y constatar que la ofensiva la tiene, hasta ahora, el rectorado y el gobierno estadual. En ese sentido, el rectorado, a pesar de los esfuerzos por resistir por parte del movimiento, con el apoyo irrestricto del gobierno estadual y federal ha conseguido implementar su proyecto, abriendo cursos pagos, profundizando la entrada de empresas privadas en la universidad, cometiendo actos de corrupción, abriendo procesos administrativos contra decenas de militantes estudiantiles y sindicales, etc. Esto ocurre, además, porque también está a la ofensiva y bien posicionado delante de la opinión pública, donde tiene respaldo para aplicar de manera categórica y brutal sus planes.

La tarea de la vanguardia estudiantil es, por lo tanto, luchar para revertir esa correlación de fuerzas -conquistando antes que nada un apoyo más amplio dentro y fuera de la universidad- y proteger al movimiento de las ofensivas políticas y represivas de Rodas-Alckmin-PM. En este entendimiento, era inaceptable colocar en riesgo al movimiento. Después del desalojo del rectorado, la LER intentó atenuar su responsabilidad política en ese hecho desastroso para el movimiento estudiantil diciendo que:“toda batalla trae peligros” y que “las conquistas también abren dificultades para el ejército victorioso”[20]. Estos delirios hasta podrían causar risa, si no estuviésemos con 73 procesados producto de esa “conquista” de su supuesto “ejército victorioso”.

Después de la represión, se dio un crecimiento en el movimiento estudiantil que se expresó en asambleas, actos y marchas con dos ó tres mil estudiantes y un escenario de menor aislamiento dentro y fuera de la USP. Este nuevo momento, que es muy progresivo, es posible porque, si bien 73% del estudiantado estuvo en contra de la ocupación, 46% de ellos también criticó la agresividad policial. Los “excesos” y la “brutalidad” de la PM (que, para ser sinceros, tuvo una reacción desproporcionada frente a una ocupación de menos de 100 estudiantes) posibilitaron que se sume un sector más numeroso de estudiantes y, en un movimiento de solidaridad bastante común en estos casos y por tratarse de estudiantes, se pronunciaron intelectuales, profesores, artistas y hasta algunos medios de prensa comenzaron a matizar sus posiciones ultrarreaccionarias. Pero seamos claros: lo que abrió un nuevo momento, que debemos aprovechar a fondo para fortalecer el movimiento de conjunto, no fue la ocupación burocrática de los “estudiantes combativos” -que casi nos liquida-, sino un error político del enemigo. Ahora bien, la discusión es si estos nuevos hechos y elementos configuraron un cambio cualitativo en la correlación de fuerzas. Nosotros opinamos que no, opinamos que la lucha sigue siendo defensiva. La construcción de grandes asambleas y actos es una victoria de los estudiantes de la USP, que mostraron al rectorado y a la sociedad que pueden luchar unificadamente para defender a la educación pública y la autonomía universitaria; pero la correlación de fuerzas se mantiene. Tan defensiva es la lucha que, aunque no extraiga de ello esta conclusión, hasta la LER sostiene que la “prioridad” de la lucha es el fin de los procesos a los 73 ex presos políticos. El centro, ahora pasó, de ser el “!Fuera Rodas, Fuera PM!”, a ser la defensa de nuestros presos, es decir, el no avanzar “dejando atrás a los muertos y heridos” de nuestro ejército, como ellos mismos lo grafican en su “nota militar” ¿Qué más defensivo que eso?

La concepción de las “acciones ejemplares”
Queremos dejar claro que no concordamos con el razonamiento de que cuanto peor están las cosas, se dan mejores condiciones para luchar. No concordamos con la lógica de que realizando “acciones ejemplares” o generando “hechos políticos” en donde una elite iluminada, que todo lo sabe y todo lo puede, prodigue heroísmo, sacrificio e inusitada valentía, se despertará a las masas para la lucha.

Y el problema no es la osadía o la radicalidad de las acciones. Estamos completamente a favor de las acciones más radicalizadas de la juventud y del resto del movimiento de masas. El problema es cuando estas acciones radicalizadas se realizan a espaldas (o, lo que es peor, en contra) de las masas y no se colocan al servicio de fortalecer al movimiento social de conjunto. El problema es cuando la osadía, la temeridad y el coraje, que son indispensables en cualquier lucha, están al simple servicio de agradar a sectores ultraizquierdistas que, de esta forma, sacian sus necesidades de autoconvencerse de que son los únicos “revolucionarios”. Es ahí donde la ultraizquierda demuestra un individualismo extremo y cruza camino con el anarquismo, a quienes Lenin denominaba con toda razón “liberales con 40º de fiebre”.

La LER acusa al PSTU de haberse opuesto a las ocupaciones y a la declaración inmediata de huelga estudiantil (la cual una vez votada nos volcamos con todo a construirla y fortalecerla) porque tenemos una estrategia que busca “ligarse a sectores más amplios de los estudiantes, adaptándose al sentido común pro-seguridad elitista y privilegiando los espacios electorales (...)”[21]. En contraposición, nuestros estrategas infalibles dicen que, desde el principio, trabajaron “(...) creando una vanguardia por el FUERA PM que cuestionase el carácter elitista de la universidad y el papel que la policía cumple fuera de ella, privilegiando los métodos de la lucha de clases (ocupaciones y huelga estudiantil)”[22]. Dos cuestiones: la primera es que, es verdad, el PSTU buscó y sigue buscando llegar a sectores “más amplios” de los estudiantes, pero no para adaptarse a su nivel de conciencia o al “sentido común” de los mismos, sino para hacer exactamente lo contrario, para disputar su conciencia que hoy, verdad amarga y dolorosa de engullir, está mayoritariamente con la política de Rodas-Alckmin-PM-Prensa burguesa. En este marco, sostenemos, debemos acompañar la pelea político-ideológica dentro del estudiantado, con acciones que ayuden a elevar su nivel de conciencia, levantando el sistema de consignas correctas, en el momento correcto. En otras palabras, siguiendo la metodología del Programa de Transición. Hacer lo contrario, o sea, trabajar sólo con el programa máximo[23], es abrir un abismo entre las masas y la lucha misma, ni hablar de la vanguardia, que se quedaría hablando sola con la verdad en la mano. La segunda es que las “ocupaciones y la huelga estudiantil” no son los únicos “métodos de la lucha de clases”. Justamente porque estamos hablando de tácticas de lucha, existen otras mil variantes que se pueden utilizar si las condiciones para esas “ocupaciones y huelga estudiantil” no están dadas en ese momento. El problema es cuando no queremos ver la realidad (que casi nunca es la que uno quisiera que fuese) y, para mirarnos satisfechos en el espejo o dar vueltas sobre nuestro ombligo, comenzamos por el final. La otra cuestión es que la vanguardia no es algo que se “crea”; ella es un fenómeno que surge de los procesos de lucha reales, de los procesos objetivos y que refleja las características generales de los mismos.

Para la LER, el no estar a favor de los “métodos de la lucha de clases”, que para su parco esquema pasan sólo por las ocupaciones o acciones más radicalizadas, significa capitulación, traición, no ser “osado” y adaptarse a las presiones del “sentido común”. Para nosotros, la osadía no pasa por luchar aislado. Eso, en verdad, significa ser suicida. Haciendo eso seríamos, como decía Trotsky al referirse a Stalin, meros y eficaces “organizadores de derrotas” para nuestra clase. Para nosotros, la cuestión es la opuesta, el que en verdad capitula al “sentido común” de las masas es aquel que no tiene la osadía -!porque hay que ser osado y audaz para bajar a la base e intentar convencer a los estudiantes o a las masas de una determinada política!-, lidiando con las contradicciones y disputando la conciencia que, por acción de la ideología dominante, es generalmente atrasada y llena de prejuicios de todo tipo. En verdad y al final de cuentas, lo más fácil es cortarse solo sin dar esa pelea, sin hacer ese trabajo gris pero indispensable para el triunfo de cualquier lucha y, llegado el momento, de la propia revolución.

Nosotros defendemos el método de las ocupaciones y las huelgas como acciones legítimas del movimiento estudiantil y de cualquier otro sector del movimiento de masas. Estas son cuestiones tácticas, es decir, que dependen de las condiciones objetivas y subjetivas que tengamos para aplicarlas y, sobre todo, sostenerlas. Sin embargo, no por ser cuestiones “tácticas” son asuntos menores. En el movimiento obrero, que tiene poco que ver con las características del movimiento estudiantil, una huelga o toma mal medida cuesta el despido a cientos y hasta la cárcel a los dirigentes.

Pero no coloquemos el ejemplo del movimiento obrero, donde da escalofríos pensar lo que pueda llegar a hacer un grupo como la LER en posición de dirección, y volvamos al mundo del movimiento estudiantil. Por ejemplo, la ocupación aislada en la que se embarcó la LER y sus amigos no tiene nada que ver con el proceso de huelgas y ocupaciones de los rectorados de la USP, de la Unesp y la Unicamp durante el primer semestre de 2007, las cuales fueron acompañadas por una verdadera ola de ocupaciones y huelgas en todo el país. En ese proceso de lucha -contra el decreto del ex gobernador de San Pablo, el derechista José Serra, que creaba la Secretaría de Enseñanza Superior atentando contra la autonomía universitaria, desconociendo la investigación básica para favorecer a la “operacional”, y colocando en grave amenaza el financiamiento de las universidades brasileñas- envolvió, además de una vanguardia numerosa, a sectores importantes de la masa estudiantil. La fuerza del movimiento consiguió neutralizar la acción venenosa de la prensa y ganar el apoyo de importantes sectores de la sociedad. No fue por casualidad que ese movimiento fue victorioso y Serra no consiguió que la PM (como sí lo consiguieron Alckmin y Rodas ahora, gracias al aislamiento) entrara a reprimir esas ocupaciones, no porque le faltasen ganas sino porque -ellos sí consideran este tipo de cosas- no tenían una correlación de fuerzas favorable.

Es así que, más allá de cualquier fraseología altisonante y grandilocuente de la que tanto gustan los ultraizquierdistas, su política concreta, por más “radical” que suene o parezca, termina sirviendo a la burguesía y facilitando la vida, en este caso, a Rodas-Alckmin-PM. Ellos aprovecharon el aislamiento para reprimir violentamente y asentar un precedente nefasto en la historia del movimiento estudiantil.

Sin embargo, a pesar de los planes de Rodas-Alckmin-PM y de la política nefasta de la ultraizquierda, la lucha está en curso y nada está definido. Debemos seguir luchando con la misma fuerza y decisión de siempre. Es preciso aprovechar este nuevo momento, disputar y ganar políticamente a la vanguardia que se generó en esta lucha para nuestras consignas y dar una batalla clara y paciente entre las masas estudiantiles a favor de ellas. Es indispensable mantener nuestras posiciones si queremos pasar a la ofensiva. Debemos también atraer como aliados a los gremios de profesores, trabajadores y al resto del movimiento sindical y social brasileño e internacional. Debemos ser nosotros, ahora, quienes aislemos políticamente a Rodas-Alckmin-PM. Toda la política del PSTU va en este sentido, en el sentido de fortalecer la lucha y de rodearla de solidaridad en el movimiento obrero y social. En este sentido, podemos citar el caso de nuestra posición en el Sindicato de Metroviarios de San Pablo, donde el PSTU propuso tanto el apoyo político contra la presencia de la PM en la USP como el apoyo financiero para la liberación efectiva de los estudiantes presos. Hicimos esta defensa a sabiendas y a pesar de que existían sectores de la base en contra de esta acción de solidaridad, debido obviamente a la campaña demonizadora de la prensa burguesa, que en mucho se valió de las acciones aisladas promovidas por la ultraizquierda.

Debemos y podemos hacer todo esto para vencer; porque los estudiantes de la USP precisan y pueden vencer, a pesar de las fuerzas de la derecha reaccionaria dentro y fuera de la USP y de aquellos que adolecen la enfermedad del ultraizquierdismo.

Garantizar una victoria de los estudiantes de la USP es una necesidad de todo el movimiento que defiende la educación pública. El primer paso es conquistar el fin de los procesos de los 73 compañeros y compañeras que fueron apresados en la ocupación del rectorado. Esto sólo se dará con base en una amplia unidad democrática de todos los sectores del movimiento estudiantil, de los trabajadores y profesores de la universidad, que osen disputar amplios sectores dentro y fuera de la USP para emprender una gran campaña.

Una secta burocrática con moral stalinista

No obstante, lo que nos parece realmente grave e inaceptable no son nuestras diferencias políticas. Éstas, sin bien son de fondo e irreconciliables, pasan a segundo plano frente al método stalinista utilizado por la LER, en su afán desesperado por diferenciarse, de iniciar una campaña de calumnias en contra del PSTU, acusándolo de haber hecho un acuerdo con el rector Rodas para liquidar la primera ocupación de la FFLCH. En otra nota, firmada por Bruno Gilga, se afirma que el PSOL, cuando se dio el caso de los tres estudiantes que fueron defendidos por sus compañeros, “cumplió el 'papel de policía' en el movimiento, 'escoltando' a los estudiantes hasta el patrullero, contra los que queríamos expulsarla”. Enseguida envuelve al PSTU en esa acusación diciendo, refiriéndose al PSOL y a nuestro partido, que “estas direcciones se van reafirmando como una 'izquierda moderada'. No les bastó entregar a los estudiantes a la policía (...)”[24].

La acusaciones son gravísimas. Si fuesen verdaderas no estaríamos delante de “carneros” sino de colaboradores directos del rector y de la policía capitalista. Si la LER fuese consecuente, debería haber alertado al movimiento estudiantil, debería haber colocado esto como primer e ineludible punto de las asambleas que se vienen dando, debería presentar las pruebas (que para acusaciones de esta magnitud deben ser contundentes e irrefutables) y debería haber solicitado la inmediata y directa expulsión de nuestros compañeros y los del PSOL del gremio. La actitud de luchadores honestos y serios debió haber sido ésta, pues, ¿cómo es posible tan siquiera discutir con agentes de las fuerzas represivas, del rector; con traidores de la lucha?

Sin embargo, no hicieron nada de esto porque, simplemente, no tienen pruebas que sustenten estas acusaciones. Al hacer este tipo de acusaciones y amalgamas sin forma de demostrarlas de cara al movimiento estudiantil y a la izquierda brasileña y mundial, los miembros de la LER se transforman en vulgares calumniadores al más puro estilo stalinista. Pero hay más. En otra nota, criticando el supuesto relegamiento, por parte del PSTU de la defensa de los 73 presos de la USP, insinúan de forma calumniosa que eso se debería a que ellos fueron subproducto de una táctica (la ocupación del rectorado) con la que no concordamos !Se atreven a decir esto a pesar no sólo de nuestra posición incontestable de solidaridad con las y los compañeros sino después de que fue la propia CSP-CONLUTAS, donde el PSTU cumple un rol destacado, quien pagó las fianzas de los estudiantes detenidos!

La bajeza de estas calumnias, amalgamas e insinuaciones es escandalosa. Reafirmamos plenamente, en este sentido, la nota de la Juventud del PSTU respecto de estos métodos: “La LER abandona así las reglas más elementales de la izquierda y emprende una campaña vergonzosa, indigna, sucia y mezquina, con el único objetivo de combatir nuestras posiciones políticas. Es la moral del vale todo, que no tiene nada en común con los valores defendidos por la izquierda revolucionaria y socialista, a la cual la LER dice pertenecer”[25].

No obstante y aunque repugnante, esta actitud no nos sorprende viniendo de una secta burocrática que, con gritos belicosos y alaridos infantiles, termina siempre en posiciones oportunistas. Tal como escribiera Trotsky: “Para el sectario, todo aquél que trata de explicarle que la participación activa en el movimiento obrero exige el estudio permanente de la situación objetiva en lugar de los consejos altaneros pronunciados desde la tribuna profesoral sectaria, es un enemigo. En lugar de dedicarse a analizar la realidad, el sectario se dedica a las intrigas, rumores e histeria”[26].

Nuestra clase sabrá juzgar de forma implacable las posiciones políticas, los métodos y la moral de estos charlatanes con poses de revolucionarios.

[1] Sin embargo, según datos publicados por Datafolha, 57% de los estudiantes opina que, después de la presencia policía la sensación de inseguridad es la misma.
[2] León Trotsky: Prólogo a la edición polaca de El izquierdismo, enfermedad infantil del comunismo, de Lenin, escrito en octubre de 1932.
[3] Ventura, Leandro : Gran acto y asamblea de los estudiantes de la USP: una nota “militar” sobre las conquistas y nuevas contradicciones en el movimiento, publicado en el sitio web de la LER-QI.
[4] Ídem.
[5] León Trotsky: Sectarismo, centrismo y la Cuarta Internacional, escrito en octubre de 1935.
[6] Ídem.
[7] DCE: Directorio Central de los Estudiantes, nombre dado a los gremios tradicionales del movimiento estudiantil brasileño.
[8] Ventura, Leandro: Gran acto y asamblea de los estudiantes de la USP: una nota “militar”....
[9] Ídem.
[10] Viskov, Natália: Transformar el comando de huelga con delegados mandatados y revocables en el organismo más democrático de dirección de la lucha. Publicado el sitio web de la LER-QI.
[11] Ventura, Leandro y Lisboa, Val: Las luchas, así como las guerras, son radicales cuando los objetivos son radicales. Publicado en el sitio web de la LER-QI.
[12] Ídem.
[13] León Trotsky: Aprendan a pensar: Una sugerencia amistosa a ciertos ultraizquierdistas, escrito en mayo de 1938.
[14] V. I. Lenin: Acerca de la frase revolucionaria, publicado en la compilación denominada La política exterior del Estado Soviético. Editorial Progreso, Moscú, 1979, p. 35.
[15] Ibídem, subrayado en el original
[16] V. I. Lenin: Acerca del infantilismo “izquierdista” y del espíritu pequeñoburgués, publicado en la compilación denominada La política exterior del Estado Soviético. Editorial Progreso, Moscú, 1979, p. 80. Lenin se refiere al capítulo XXV, El repliegue al interior del país de la sexta parte de la obra de Von Clausewitz De la Guerra, donde habla de los problemas de la defensa.
[17] Ventura: Las luchas, así como las guerras....
[18] V. I. Lenin: Acerca del infantilismo “izquierdista” y del espíritu pequeñoburgués...
[19] León Trotsky: Aprendan a pensar…
[20] Ventura, Leandro: Gran acto y asamblea de los estudiantes de la USP: una nota “militar”....
[21] ¡Fortalecer el comando de huelga para expulsar a la PM y revocar el convenio! ¡Luchemos por el desprocesamiento de los 73 presos de la USP! Publicado en el sitio web de la LER-QI.
[22] Ibídem
[23] Por ejemplo, la LER-QI se niega a levantar una salida alternativa al problema de la inseguridad en el campus de la USP, a pesar de que un 79% de los estudiantes haya declarado que tiene miedo de circular en el predio universitario por la noche. La consigna “Seguridad sí, PM no”, sería, por parte del PSTU, “ceder al sentido común” y “naturalizar” la presencia de la PM como un “mal necesario”. Sostienen esto a sabiendas de que nuestro proyecto de seguridad alternativo parte del Fuera PM.
[24] Bruno Gilga: Estudiantes organizan masiva lucha contra la policía, publicado en el sitio web de la Fracción Trotskista.
[25] Juventud del PSTU: Donde el ultraizquierdismo se encuentra con el stalinismo, publicado en el sitio web del PSTU.
[26] León Trotsky: Sectarismo….

Querem sacar tudo pelo que se lutou no inicio do século 20.

Alfredo Sáenz, el banquero indultado por el gobierno, dijo en Junio: “hay que desmontar el estado del bienestar en Europa"
Alfredo Sáenz, consejero delegado de Santander, aseguró hoy en Bilbao que es imprescindible “desmontar el estado de bienesta europeo y recalcó que “no tenemos demasiado tiempo para hacerlo”. A este "pájaro" es al que Zapatero salva de la cárcel...

Recordando notas, para saber a quién indulta el gobierno español....

Junio/Alfredo Sáenz, vicepresidente segundo y consejero delegado de Santander, aseguró hoy en Bilbao que es imprescindible “desmontar el welfare” (estado de bienestar) europeo y recalcó que “no tenemos demasiado tiempo para hacerlo”.

Sáenz participó esta tarde en Bilbao en un almuerzo, invitado por el Club Financiero, en el que explicó su visión sobre la situación económica en el mundo, en España y en el mercado bancario.

El primer ejecutivo de Santander insistió en que “el crecimiento económico a largo plazo y la competitividad están íntimamente ligados a las mejoras estructurales de los mercados de trabajo y financieros; a los niveles de impuestos y a las prácticas regulatorias”.

“Es decir -señaló-, o mejoramos estructuralmente nuestros mercados laborales y financieros, y acomodamos nuestro niveles impositivos a los de aquellos países que nos van a hacer la competencia, y acomodamos nuestra práctica regulatoria a conceptos mucho más liberales, o realmente vamos a tener en un problema”.

“El wellfare -reiteró- hay que desmontarlo y no tenemos demasiado tiempo para hacerlo. Es un mensaje que para mí es clarísimo, aunque seguramente nadie me hará caso, pero os aseguro que hay una tremenda preocupación en Europa sobre esta cuestión. La pregunta es cuánto tiempo tenemos para hacerlo y no es demasiado, no tenemos quince años”.

Sáenz, a preguntas de los invitados, no quiso especificar en qué aspectos concretos cree que habría que desmontar el sistema de bienestar europeo, “no soy un político que deba hacer un programa”, pero insistió en que “es indiscutible que a largo plazo el crecimiento económico esta íntimamente unido a unos factores, uno de los cuales, y no el menos importante, son las reformas en el mercado de trabajo y eso significa seguridad social, subsidios, horas trabajadas, subsidio de desempleo, movilidad…”.

“No es posible pensar que el wellfare europeo pueda continuar, mucho menos después de la entrada de los diez nuevos miembros en la UE”, recalcó. Sáenz consideró que todos los analistas coinciden en apuntar que se entra en una época de bonanza económica en la que, afirmó, “la inflación es cosa del pasado, se han alejado las épocas de altos tipos de interés, se han eliminado la mayor parte de las barreras al comercio” y el mundo está relativamente en paz.

En este marco consideró que la ampliación de la UE “es el principal problema estratégico” para España, ya que plantea graves riesgos de deslocalización y de pérdida de fondos estructurales, aunque también puede suponer una oportunidad en términos empresariales.

El consejero delegado de Santander señaló que en un mundo globalizado “no se pueden ignorar las posibilidades de trasladar la producción (o los servicios) a países emergentes”, que es “donde están las oportunidades” y recordó que los costes laborales en Brasil son una décima parte que en los países más desarrollados.

Mostró su preocupación por la evolución del mercado del petróleo, ya que el 80% de la producción está en manos de países “políticamente inestables”, al tiempo que la demanda mundial crece “fortísimamente”. “El cóctel es explosivo”, afirmó.

Consideró que la irrupción de China en los mercados, facilitando a las empresas el acceso a productos baratos y permitiendo por tanto una mayor inversión, es una de las causas del crecimiento económico, la baja inflación y el descenso de los tipos de interés. Sin embargo alertó sobre la presión que está generando en las materias primas y la deslocalización de empresas.

Sobre la evolución del mercado bancario Sáenz, volvió a alertar sobre el error que sería para las entidades bancarias tratar de crecer y “maquillar” sus resultados comprando bancos de tamaño medio, aunque reconoció que “la tentación es casi irresistible”. “Hay un riesgo clarísimo de meter la pata y cometer gravísimos errores”, consideró.

Sáenz aseguró que no ve “ningún indicio” que pueda evidenciar la existencia de una “burbuja inmobiliaria”, aunque aseguró que se está produciendo una “ralentización de las ventas”, que llevará aparejada una disminución de los créditos hipotecarios.

Aseguró que tras las conversaciones iniciales para la posible compra del Abbey National, la operación “está descartada” y manifestó su voluntad de permanecer en el San Paolo italiano, porque “se puede hacer un modelo de negocio mucho más eficiente”.

Alemania dominará Europa Continental

Alemania dominará Europa Continental

Por Heinz Dieterich - México

1. Tercer asalto alemán al poder mundial

28.11.2011 - Dos veces en el último siglo, el Gran Capital Alemán trató de conquistar Europa Continental por las armas. Ambos intentos ---la Primera Guerra Mundial con el militarismo austriaco-prusiano como puño de hierro y la Segunda Guerra Mundial, con la trilogía de Hitler-Blitzkrieg-Lebensraum--- fracasaron por la intervención directa de Estados Unidos. Diez millones de muertos fue el costo humano de la primera tentativa; 50 millones él de la segunda. Hoy, la crisis capitalista mundial ofrece al Gran Capital Alemán la tercera oportunidad para capturar su elusiva presa. Esta vez, probablemente no fallará.

2. Euro y Merkel llegan más lejos que los tanques de Hitler

La crisis del Euro-Capitalismo permitirá al capital germánico llegar con el Euro ---que es el clon del marco alemán--- adonde los tanques de Hitler y la infantería del Kaiser (emperador) no llegaron. Poder cambiar los gobiernos de Grecia, España, Portugal e Italia en muy pocos meses, muestra la extraordinaria fuerza de la Gran Burguesía alemana y la habilidad de su operadora política, Angela Merkel. La caracterización de la política de la canciller como “torpe e indecisa” es totalmente equivocada. Desmonta hábilmente mediante una guerra de desgaste a los adversarios para imponer la reconfiguración Made in Germany, mientras le da tiempo a las élites alemanas que forman la clase dominante, para decidir, si quieren realizan el Tercer Asalto al Poder Mundial, o no.

3. Fin del milenario orden étnico-político europeo

En caso de que el Gran Capital Alemán y su clase política se decidan asumir el papel de operador de Europa continental (to run Central Europe), se convertirán en el centro de gravitación de una potencia regional europea que le daría, en alianza con Francia, el status de superpotencia mundial. Por primera vez en la historia del Viejo Mundo, los dos pueblos germánicos más poderosos de Europa continental, los sajones y los francos, dominarían el “corazón de Europa”, sin que los anglosajones que emigraron, pudieran evitarlo.

4. Fin de la modernidad geopolítica europea

La época moderna de los Estados europeos se constituyó después de la Guerra de los treinta Años, en la famosa Paz de Westfalia (1648). Detrás de la oratoria idiota cristiana del Tratado se escondía el mecanismo que debía regular la futura modernidad geopolítica europea: la preservación del equilibrio de poder entre las potencias dominantes, mediante el recurso de alianzas cambiantes (ad hoc). La última razón de ser de la política europea consistía, por lo tanto, en impedir que Francia, Alemania, Rusia o Inglaterra, lograran dominar a Europa continental. Tratar de cambiar ese sistema por la fuerza (Napoleón, Hitler) significaba la guerra (casus belli). Hoy, este sistema llega a su fin. Aceptando Washington y Beijing el futuro papel del eje Sajón-Franco, poco puede hacer su vieja némesis británica, para impedir esa trascendental evolución.

5. Dolores del parto neo-imperialista

La supuesta incoherencia del gobierno conservador alemán frente al parto neoimperialista se debe a tres procesos inconclusos del asalto. 1. Las posiciones de las elites alemanas en torno a la decisión estratégica aún no están homogenizadas. 2. El pueblo alemán, al igual que en los grandes asaltos de 1914 y 1939, está en contra de esta tercera aventura. Su resistencia todavía es intuitiva. No quiere abandonar su isla de estabilidad y prosperidad. 3. La clase política alemana está dividida frente al tercer asalto.

Esta situación obliga al gobierno de Merkel estar atenta a la decisión final de las principales fracciones del capital; consensuar las posiciones de la clase política e intoxicar de manera chovinista a las mayorías, para que toleren el nuevo papel de Alemania. Sin embargo, el futuro de la crisis no es difícil de prever. Es casi seguro, que la balanza se inclinará a favor del tercer asalto y la dominación continental Sajón-Franco. Algo, que ni el mega-asesino Carlo Magno logró en su momento.

6. El anticapitalismo ante la disyuntiva

La lucha de las fuerzas anticapitalistas en este proceso trascendental de reordenamiento mundial, pasa por varias fases. 1. Adquirir la conciencia concreta de que se vive en dictaduras burguesas capitalistas y que las dictaduras terroristas son contempladas por el Capital (Barroso). La represión estatal, corolario inseparable de la crisis económica, es el principal catalizador de esta concientización. 2. Desarrollar la narrativa de la lucha actual. Occupy Wall Street y “Somos el 99%” es más afín a la semiótica del ciudadano contemporáneo que “la dictadura del proletariado” o “los de abajo”, aunque su significado político es casi idéntico. 3. Avanzar el programa de transición al postcapitalismo. Occupy Wall Street está bien. Pero, una vez ocupado: What then? (entonces qué?)

El programa de transición postcapitalista para la Unión Europea ya está formulado. Al igual que el software revolucionario necesario para su implementación. En la próxima entrega explicaremos ambos elementos.

La repartición del ingreso en Venezuela ¿Muy desigual? ¿Los empresarios apropian más riqueza que antes?

      Manuel Sutherland    
Rebelión (aqui)


¿Puede ser peor -más desigual- la distribución del ingreso luego de 12 años de gobierno bolivariano? La proclama de la mejora en la distribución del ingreso, parece un correveidile tan frecuente en la actualidad que todos suelen aceptarlo a pie juntillas. Ese rumor estriba en creer que las medidas de redistribución del ingreso del gobierno venezolano, han logrado torcer ligeramente a favor de los más desfavorecidos (la clase obrera) la repartición del ingreso. Así, muchos analistas muy sueltos de lengua, dicen que las nacionalizaciones del Estado y las amenazas de expropiación del Presidente Chávez no sólo han aumentado los ingresos (reales, descontando la inflación) de la clase obrera, sino que ha abierto huecos en las bolsas de oro de los empresarios, para “dársela” a los trabajadores. Ese cuchicheo se ha erigido como verdad cuasi absoluta y se corresponde con las quejas que la aborrecible MUD (coordinación de partidos antichavistas) siempre repite: “los empresarios están a punto de caer en un coma monetario… ¡Ayúdenlos¡”.



Lo que presentaremos a continuación es un pequeño extracto de una investigación dedicada a conocer la situación de la Clase Obrera en Venezuela. Los resultados preliminares parecen derribar la fantasía de un Estado al estilo Robín Hood y se ciñen más bien, al lógico funcionamiento de cualquier Estado Capitalista que trabaja para hacer que el capital se acreciente (en manos de la burguesía) a costa de aumentos en la tasa de explotación de la clase obrera. Veamos.



¿Cómo se mide la distribución de la renta entre las clases sociales?

Aunque a los posmodernos neoliberales no les guste, la sociedad se divide en grandes grupos cuya determinación fundamental estriba en: (1) La posesión (o no) de los medios de producción, (2) la forma y cuantía de sus ingresos y (3) el papel de dirección o subordinación en la organización social del trabajo. Aunque el reformismo socialdemócrata lo niegue, la sociedad se compone fundamentalmente en 2 grandes clases sociales:

Trabajadores asalariados libres de medios de producción y liberados de relaciones de dependencia personal (obreros)
Burguesía -empresarios, capitalistas- que como clase social vive en pro de la extracción de plusvalía (explotación) a la clase obrera, en aras de reproducir la relación social general: el capital.
Repetimos, los obreros -Marx dixit, Tomo III de El Capital- son todos aquellos que desprovistos de medios de producción o medios de sustento, se ven obligados a vender en relaciones salariales su única mercancía: la fuerza de trabajo. Capitalista es todo aquel que siendo dueño de algún medio de producción, compra fuerza de trabajo para que bajo relaciones de explotación, extraer plusvalía (luego…ganancia) y convertirla en capital constante y variable al reinvertirla en la producción de otras mercancías o servicios.



Campesinos, artesanos y terratenientes son clases sociales cuyo peso en la sociedad es muy reducido, podemos afirmar como decía Otto Kuusinev hace ya 40 años, que son clases NO fundamentales (CNF). Incluso, la inmensa mayoría de los componentes de estas CNF (sobre todo la pequeña burguesía agraria) tiende a proletarizarse con mucha rapidez.



En la actualidad, los “latifundistas” mal vistos como un imaginario resabio de la feudalidad, son agrocapitalistas hechos y derechos, aún cuando como se vio en algunas haciendas del Zulia, sus peones sean azotados, pagados en especies, alojados en barracas y hasta haya acusaciones de insólitos derechos a pernada. Quienes ven una especie de “feudalidad latina” se dejan atrapar por las apariencias, las formas que reviste la explotación capitalista en un agro tan ineficiente como el venezolano. No vale la pena ahondar en la oprobiosa y anacrónica defensa de los representantes políticos de la burguesía venezolana (nucleados en la MUD) a los más atrasados y vulgares explotadores de fuerza de trabajo rural en el Zulia. Karl Marx decía que: “La clase capitalista de un país no puede engañarse a sí misma en bloque.” [i] A pesar de ello, la tozudez de la MUD ha logrado erigir una reaccionaria defensa “rural” a agroburgueses que sólo llevan a cuesta el peso de ser antiguallas improductivas. Marx nos comenta que: “La ley de la producción capitalista, […] es ésta: cambios constantes de los métodos de producción y aumento ilimitado de su volumen.” Estos agroempresarios tan laudados, tienen el mérito de producir a baja escala y con tecnología tan atrasada que las condiciones de trabajo del obrero rural semejan a las del siglo XIX, por ello parecen precapitalistas, pero no lo son.



¿Cómo se distribuye el ingreso entre estas dos clases fundamentales?

De varias formas distintas se puede calcular el Producto Interno Bruto (PIB), es decir, el total del valor agregado en la producción total a lo interno de un país (incluido lo producido por empresas venezolanas y extranjeras) en un período determinado. De las formas más conocidas, tenemos las vías de: la oferta, el gasto y el ingreso. Apoyándonos en la metodología basada en el cálculo del PIB por la vía del ingreso, podemos acotar que esta técnica se fundamenta en la suma de las remuneraciones que perciben todos los factores que contribuyen en el proceso productivo. Con estos cardinales pertrechos, podemos ver en el gráfico que continúa a éste párrafo, la línea negra que nos indica el Excedente de Explotación (EE), es decir, el total de ganancias declaradas por la burguesía en ese año. La línea roja nos muestra las Remuneraciones a Empleados y Obreros (REO), lo que viene a ser la sumatoria simple de todos los sueldos y salarios percibidos en la economía. La línea azul nos ilustra el diferencial absoluto (en cantidad de millares de BS.) que hay entre el EE y el REO.:



Entendida la estructura sencilla del gráfico, podemos ver que en el año de 1999 la repartición del ingreso beneficiaba muy ligeramente al conjunto de asalariados. Pero en estos 12 años de gobierno bolivariano, esa situación se ha revertido completamente. Ahora los empresarios apropian un porcentaje mucho mayor que antes y los asalariados se ven recompensados por su trabajo, con una porción mucho más reducida del ingreso, es decir, ha aumentado la explotación y la pobreza relativa. En 1999 la burguesía apropió (en forma de utilidades) el 49% del ingreso total, pero en 2010 la burguesía captó la bicoca de 63%, dejando a los asalariados el desdichado porcentaje de 37%, que palidece al compararlo con el 51% de los ingresos que otrora aprisionaba.



¿Más? La enorme regresión en la repartición del ingreso, es decir, que los que más tienen, ahora reciben más y los que menos tienen, en estos momentos reciben menos; es mucho más grave de lo que denota la gráfica. ¿Por qué? Fácil, cuando se habla el total de salarios (REO) declarados en la economía, también se incluye el “sueldo” de los patronos (400 mil, según el INE) que frecuentemente se asignan a sí mismos, salarios por administrar la empresa. Por tanto, habría que (próximamente lo haremos) elaborar un cálculo que pueda extraer promedial y aproximadamente las remuneraciones salariales que los dueños de empresa se endilgan. Al hacerlo la distribución va a ser notablemente más regresiva.

Amargo pero verídico, 400 mil patronos se llevan en Venezuela el 63% del ingreso total que produce una Fuerza de Trabajo activa que consta de 14 millones de trabajadores asalariados (entre informales y formales). Pero como dijimos anteriormente, nuestra distribución es realmente mucho más desigual. Obviamente, hay que hacer la salvedad, que buena parte de esa ganancia es reinvertida por la burguesía para valorizar el capital a una escala superior (comprar más máquinas, materia prima y fuerza de trabajo) sin embargo eso no puede maquillar la grave reversión en la distribución.



¿Qué significado práctico tiene este aumento de la pobreza relativa y en la explotación?

El gráfico anterior echa por tierra la ridícula fantasía de que en el capitalismo es posible mejorar la distribución del ingreso con meras reformas. Se prueba que la pobreza relativa (relación: ingreso/distribución) puede empeorar aún cuando el PIB crezca, el salario real aumente y la economía se muestre “boyante”. Es un hecho irrefutable, que la burguesía ha disfrutado de ganancias extraordinarias y en franco aumento, en este período estudiado. Esta más que visto que la administración popular y patriótica del capitalismo criollo, no tiene posibilidades de mejorar sustancialmente el nivel de vida de la clase obrera.

Las medidas asistencialistas y de carácter “popular” que parecen tener efectos redistributivos positivos, al desviar renta petrolera hacia los bolsillos de los venezolanos de menores ingresos mediante ayudas, subsidios o transferencias directas (becas), terminan en las arcas de la burguesía y acentúan la desigualdad. Por ejemplo, los afamados aguinaldos son una forma de transferir socialmente la renta petrolera a la burguesía local importadora. ¿Cómo? Al cobrar los meses de gratificación, los trabajadores salen directos a comprar mercancías de consumo expedito. La inflación no los deja ahorrar, el gobierno limita con mil trabas los dólares para viajar e invertir y las casas y bienes inmuebles son inaccesibles. Por ello, al recibir las utilidades, el centro comercial SAMBIL (templo de la parásita burguesía importadora) se atesta, la gente se arremolina comprando a 200 Bs., camisas que en AMAZON (EEUU) cuestan 9 dólares. A final de mes el obrero queda peor (salvo por las franelas de 9 dólares en su closet) porque la presión adicional en la demanda agregada proyecta la inflación, mientras la burguesía local acumula más capital-dinero y esfuma el inventario que en otros países deben rematar en enero.



El coeficiente de Gini el indicador estrella de la economía ortodoxa y su mejora en el país

Aunque muchos hablan del Gini, pocos conocen las aristas principales de un indicador que a algunos se les manifiesta críptico. El ideólogo y estadístico italiano Corrado Gini (1884-1965), autor de Las bases científicas del fascismo (1927), fue quien desarrolló en 1912 un método para medir la desigualdad en la distribución del ingreso en su obra Variabilità e mutabilità. En ella introdujo el valor “0” para expresar la igualdad total y el valor de “1” para la máxima desigualdad. El Coeficiente de Gini se fundamenta en la Curva de Lorenz, que es una representación gráfica de una función de distribución acumulada, y se define matemáticamente como la proporción acumulada de los ingresos totales, que obtienen las proporciones acumuladas de la población. En la igualdad perfecta de los ingresos: todos los ventiles reciben las mismas porciones renta (el 20% de la población recibe el 20% de los ingresos). [i]

Según el Informe de Desarrollo Humano del año 2009 [ii] , el Coeficiente de Gini de Brasil 0,571; Chile 0,557; México 0,546; Argentina 0,542 son considerados muy altos, es decir países cuya desigualdad del ingreso es muy notoria. Venezuela 0,43; China 0,447, Estados Unidos 0,445 son considerados como países de alta desigualdad; mientras que Suecia 0,25 y Japón 0,249 son dos ejemplos de distribución del ingreso con desigualdad moderada. Pareciera que tener un Gini bajo, es sinónimo de bienestar económico, más no es así.

Nos comenta Martin Varsavsky que en las estadísticas mundiales del coeficiente Gini se ve que hay países que son muy pobres pero tienen su pobreza “muy bien distribuida”. Nos cuenta Martín, que Bosnia es un buen ejemplo de este fenómeno. Bosnia tiene un ingreso de 2500 USA $ anuales, lo que lo hace el país 101 más pobre del mundo, pero este bajísimo ingreso está “muy bien distribuido” (Bosnia es país líder en equidad). Lo cual echa por tierra esa fantasiosa correlación entre un Gini bajo y el bienestar económico. El Inefable y controvertido Jorge Jacobs comenta que en 1980, había más de 600 millones de chinos que vivían con menos de 1 USA $ diario, pero para el 2005, la cifra bajó a sólo cien millones. Durante el mismo período, el índice Gini pasó de 0,29 a 0,47. Por tanto, un Gini bajo no indica tampoco mayor o menor riqueza material entre la población. Esta particularidad, lleva al citado Jorge a esgrimir un delirio como este: “mientras mejor es el nivel de vida de todos, más “desigualdad” habrá. (…) ¿Por qué la envidia, por qué el resentimiento? [iii] jajajaja

Otros de los asuntos más interesantes del Gini, es que no refleja la distribución del ingreso entre clases sociales, sólo se limita a estratos, lo cual confunde lo que se trata de dilucidar. En los últimos 12 años el coeficiente de Gini ha venido descendiendo en Venezuela de manera interesante. El descenso de 0,05, no es despreciable, sin embargo se aleja mucho de los índices de desigualdad de otros países capitalistas.



Repartición del ingreso por hogares

Gracias a la Encuesta Nacional de Presupuesto Familiar (ENPF) y a otras herramientas que el Instituto Nacional de Estadística (INE) coloca como información, podemos averiguar a grandes rasgos, cómo es la distribución del ingreso en los más de 6 millones de hogares en Venezuela.

La última ENPF fue hecha en 2005 [iv] , pero posee una “especie” de actualización con data del año 2009, disponible en un recóndito apartado de la página web del INE. Dicha actualización parcial de la data muestra una cierta mejoría en la distribución del ingreso, que la distribución del PIB entre asalariados y patrones, parece desmentir.



La ilustración de la distribución por los gruesos deciles y quintiles

Es menester para el análisis económico separar a los hogares del país, por la cuantía de sus ingresos. Así, el INE fragmenta en deciles (porciones de 10% del total de los hogares) y en quintiles (porciones que separan en lotes de 20% a la totalidad de los hogares) a los hogares del país. De esa forma tenemos en el extremo superior al decil número 1, en el que se ubican el 10% de los hogares que reciben mayor ingreso. En el extremo inferior, hayamos al decil número 10, en el que se ubica el 10% de hogares que devengan menos ingresos. Si hablamos de quintiles, el criterio es exactamente el mismo, sólo que en este caso se referiría a bloques de 20% de los hogares o la sumatoria de dos deciles.



¿Qué nos indican los datos que el gráfico a continuación recoge?

El gráfico que procede a éste párrafo nos muestra la distribución del ingreso total, en los hogares organizados en quintiles. La data va desde 1997 hasta 2009 e ilustra en 5 colores los quintiles que resultaron del trabajo estadístico del INE. La franja superior (en naranja) es el quintil número 1, es decir el 20% de hogares con mayor ingreso en el país, y la diminuta franja roja oscura representa el ingreso que devenga el 20% de hogares más pobres.



Fuente: Instituto Nacional de Estadísticas (INE), en ENPF.



Ahora, resumiendo tenemos que:

El 20% de los hogares con mayores ingresos económicos, devenga el 45,56% del ingreso total.
El 40% de los hogares con mayores ingresos económicos, devenga el 75,5% del ingreso total.
El 20% los hogares más pobres sólo apropia el 6,1% del ingreso.
El 40% de los hogares más pobres apropia el 15,1% del ingreso.
Así las cosas, vemos la gran desigualdad en la distribución del ingreso en Venezuela. Todo esto, sin asumir que las estadísticas de la distribución están subestimadas, debido a múltiples factores, como los relacionados al esfuerzo denodado que hace la burguesía por declarar mucho menos de lo que le ingresa, en aras de evitar ser pechada con mayores impuestos.

Si bien ha habido una leve mejoría en estos indicadores si los comparamos con el año 2005, los avances en éste ámbito son verdaderamente escuálidos y evidencian que el planteamiento popular bolivariano de repartir la renta petrolera, manteniendo las relaciones sociales de explotación burguesa, es incapaz de revertir la tristemente inequitativa distribución del ingreso, perfectamente normal en el devenir funcional del modo de producción capitalista en el cual estamos inmersos. Por ello, comentar tan siquiera igualdad y capitalismo en una misma frase, es un oxímoron que los trabajadores de la ciencia obrera, no deben permitirse. Hablar de la reaccionaria y mísera propuesta cuasi conjunta de “igualdad social” que ofrecen los candidatos de la oprobiosa MUD (bloque derechista neoliberal) sería explayarse estérilmente en una fantasía electoral que plantean los “nuevos” representantes de los partidos políticos que administraron el hundimiento de un país con potencialidades económicas importantes. Como dice la antropóloga Luciana: “Ni hablar del peluquín” [i] .

Por más que charlatanes del reformismo populista insistan en que se puede transformar la realidad socioeconómica prescindiendo de la revolución socialista (la destrucción del poder económico de la burguesía), la realidad y su representación estadística, versan la imposibilidad de satisfacer las necesidades de la clase obrera dentro del capitalismo. Sólo la construcción de la sociedad socialista, previa profunda y real revolución social que en Venezuela aún no se ha dado, puede detener esta infamante desigualdad. Seguir disfrazando ilusiones con ideología huera e infecunda, es seguir perfumando la m… y facilitar una derrota política a la clase obrera que traerá más desánimo y miseria. Se necesita toda la valentía del mítico Héctor, para aplastar la enorme cobardía adulante de los Paris modernos.

200 paramilitares toman el control sobre la zona de San José de Apartadó, con la complicidad del Estado

   Comunidad de Paz de San José de Apartadó     
Agencia Prensa Rural


Desde hace algunos días hemos dejado constancia de situaciones muy difíciles que se viven en este momento en la zona de nuestra Comunidad de Paz de San José de Apartadó; pese a todo, el Estado sigue siendo espectador y cómplice de todo este actuar.
El lunes 28 de noviembre, cerca de 200 paramilitares llegaron a la vereda La Esperanza donde han retenido a la gente por varias horas teniéndolos encerrados en el centro de salud, manteniéndolos incomunicados. Allí, según ellos, están revisando los antecedentes de cada uno. De igual forma han dicho que van a quedarse allí como los que mandan y tener control de todo. Además han dicho que han comprado varias fincas en Playa Larga y que la orden es que la finca que necesiten, se les venda, quieran o no. Ya han comprado tres grandes fincas donde tendrán sus bases en Playa Larga y afirman que lo mismo harán en todas las veredas.

Esta situación es muy dramática puesto coloca a las diversas veredas en un desplazamiento inminente y en peligro la vida de la gente. Así mismo se pretende someter a las comunidades a la lógica paramilitar. Nos negamos a ello y no lo aceptaremos, obedeciendo nuestros principios por la vida. Pedimos solidaridad ante estas situaciones y apoyo para exigirle al Estado que cese este actuar cómplice.

Nuestras constancias y clamores se suceden sin que ninguna instancia del Estado muestre preocupación alguna por el accionar intenso del paramilitarismo, como brazo armado que actúa en plena coordinación con los puntos de control de la fuerza pública.  Los paramilitares insisten en que nos sometamos a ellos bajo la amenaza de exterminarnos. No nos someteremos y hacemos una vez más responsable al Gobierno de todos los horrores a que nos tienen sometidos. El Presidente Santos ha estado informado minuciosamente de todos estos horrores y se niega a actuar. Las bases paramilitares siguen intactas y protegidas por la fuerza pública. Continuamos dejando constancias para la historia y estamos seguros de que la gente consciente sigue caminando con nosotros en una resistencia moral ante tanta infamia.

La Comunidad de Paz ha hecho un llamamiento a las autoridades a que actuen y ha dejado constancia de los siguientes hechos:

El lunes 14 de noviembre de 2011, hacia las 18:00 horas, 30 paramilitares llegaron a la vereda La Esperanza con armas largas y en trajes civiles, penetraron en las viviendas, entre ellas las de familias de nuestra Comunidad de Paz. Nuevamente repitieron su mensaje: los que no se sometan a ellos y trabajen con ellos, tendrán que irse o morirse, Van a actuar en delante de manera más contundente.
El viernes 18 de noviembre de 2011, hacia las 16:00 horas, los paramilitares ingresaron de nuevo a la vereda La Esperanza, esta vez con trajes de camuflado y armas largas. Afirmaron que comenzarían a actuar más contundentemente.
El sábado 19 y el domingo 20 de noviembre de 2011, durante todo el día los paramilitares hicieron presencia en los caminos aledaños a las veredas La Esperanza, Rodoxalí y El Porvenir. Instalaron retenes  y se robaron los alimentos que la gente transportaba, afirmando que está prohibido llevar alimentos a las casas; que han decretado un bloqueo de alimentos y que el que incumpla estas disposiciones será asesinado.
paramilitares_colombianos_julio05.jpgEl martes 22 de Noviembre de 2011, hacia las 05:00 horas y hasta las 09:00 horas, se presentaron combates entre los paramilitares y la guerrilla en las veredas La Esperanza y Playa Larga, poniendo a la población civil en medio del fuego. Varias familias tuvieron que huir de en medio del combate y salvar sus vidas. Nuevamente se evidencia que los paramilitares, quienes continúan actuando en estrecha unidad de acción con el Ejército, buscan poner como ESCUDO a la población civil, lo cual constituye un CRIMEN DE GUERRA. Hace tan solo una semana que denunciamos hechos similares y nuevamente se repiten.
Las familias de La Esperanza, así como las de Rodoxalí, El Porvenir y veredas aledañas, están en altísimo riesgo. Varias familias quieren desplazarse. Por eso hacemos un llamado apremiante para que se intervenga ante el Gobierno central y se exija cesar el accionar paramilitar que es un accionar camuflado del Estado. La Comunidad de Paz se mantendrá firme en sus lugares y no se someterá de ningún modo a los dictámenes de estos criminales amparados por el Estado.

Fuente: elecodelospassos (aqui)

2do Encuentro de Anarquistas Revolucionarios.

La Federación Anarquista Revolucionaria de Venezuela (FARV) invita a todos los colectivos e individuales a nivel nacional, al segundo video foro y debate público que se estará llevando a cabo el día domingo 4 de diciembre 2011 a partir de las 11 de la mañana en el Ateneo de la Ciudad de Valencia Edo. Carabobo; con la participación de todos los miembros de la FARV (Caracas, Barquisimeto, Valencia) y demás invitados especiales.

Actividades a realizar:

1.     Palabras de apertura - Presentación de miembros FARV.

2.     Breve introducción al documental – Proyección de documental (Ácratas)

3.     Conversatorio y debate - Lectura de materiales varios.
4.     Recolección de datos para el contacto de los compañeros que decidan sumarse a la lucha.
5.     Reparto de material gratuito.
6.     Palabras de cierre.


Si piensas que anarquismo es igual a caos y desorden, pero te consideras revolucionario, te invitamos a debatir.

Si eres de los que  no consiguen un espacio para la lucha, para aportar tus ideas y tu conocimiento por una revolución social de base y verdadera, si consideras que el anarquismo es tu vía, pero aun no conoces personas afines para debatir y aportar, esta es tu oportunidad de expresarte y de sumarte a una lucha real.


Domingo 4 de Diciembre 2011 – 11am – Ateneo de Valencia Estado Carabobo (Av. Bolívar Norte a 2 cuadras de la Estación Cedeño del metro de Valencia)

¡Asiste!

Correo: farv.periodicorojoynegro@gmail.com
Facebook: FrenteAnarquista Revoluc de Bqto - Farv Anaquistas Venezolanos
Telefonos: 0424-5143060 (Alexander Morales) – 0426-4575422 (Rafael Pérez).-

FARV1.jpg

Universidad Bolivariana de Venezuela - Maracaibo

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Artigo - Respondendo à Turma da Globo: Por que temos que construir Belo Monte?

POR: Prof. Sebastião de Amorim - Departamento de Estatística - UNICAMP 


”A usina custará 30 bilhões de reais”

● Cuidado! Os engenheiros da Eletronorte, que há décadas estudam a questão e já avaliaram a obra, estimam o custo em R$19 bilhões.

Quem avalia em R$30 bilhões é a grande mídia, citando “o mercado”. Devem estar incluindo aí o tradicional super faturamento.

Com o qual a “turma da Globo” parece concordar.

● Agora, verifique sua última conta de luz: você paga algo em torno de R$0,40 por quilowatt.hora (kWh) consumido.

Em sua versão plena a represa de Belo Monte cobrirá uma área de cerca de 1200km² (não apenas 640km²) e gerará, de forma estável, 11,3 Giga watts (ou 15,4 milhões de HP) de potência. Ou seja:


área inundada=1200 km2 ↔ potência gerada=11,3 Gigawatts

● Nesse ritmo, ela produzirá, por ano, 100 bilhões de kWh de energia. Entregue ao consumidor final (ou, como se diz, na ponta do consumo) o valor gerado é de R$40 bilhões, por ano, todo ano, por toda a duração da usina.

Produção anual da usina: 100 bilhões de kWh ↔ R$40 bilhões

Então?
Você acha caro o custo total de R$19 bilhões?

O custo estimado não é R$30 bilhões.
Vamos dizer NÃO ao superfaturamento. 

“A usina gerará, de fato, apenas um terço de sua potência máxima”

● Numa usina hidroelétrica, o papel da represa é regular o fluxo d’água ao longo do ano, estocando o excesso na estação chuvosa. Com essa “poupança” hídrica, ela mantém um fluxo estável nas turbinas, mesmo na estação seca.

● Na Amazônia, como em todo o Brasil, o fluxo dos rios varia bastante ao longo do ano: muita água na estação chuvosa e menos água na seca. No Nordeste alguns rios chegam a secar completamente nas estações secas.

● Para garantir um fluxo estável durante todo o ano, a represa de Belo Monte terá que cobrir uma área de 1100 km2. Equivalente a 2 meses do desmatamento caótico, a motosserra e fogo e geralmente ilegal, verificado em 2010. Ou 2 semanas do de 2004.

● Pressões de organizações internacionais, que se apresentam como defensoras do meio ambiente, associadas a diversas organizações e celebridades nacionais, muitas delas movidas por sentimentos sinceros, exigem que Belo Monte não seja construída.

● Por não abrir o debate ao grande público, buscando apoio popular amplo, o governo fica em posição enfraquecida, e tem medo de peitar essa pressão.

● Por isto assume uma opção de compromisso, extremamente danosa aos mais legítimos interesses do povo brasileiro. Segundo esta opção restrita:

A usina será construída, mas numa versão pequena,
com a represa cobrindo área de apenas 600km².



● Assim reduzida, a represa não estocará água suficiente nas chuvas, e a usina perderá potência nas secas. Nos meses de seca, o reservatório perderia fôlego e a potência média ao longo do ano seria 60% menor.

● Curiosamente, este que agora é citado como um “grave problema da usina”, seria uma conseqüência da adoção da versão reduzida, exigida pelos opositores do projeto.

● Com seu projeto original fortemente comprometido, a terceira maior hidrelétrica do planeta ficaria reduzida a uma potência média equivalente a menos que 40% do seu potencial pleno original.

● 100 bilhões de kWh por ano, equivalentes a R$40 bilhões de valor gerado na ponta do consumo, ficariam reduzidos a 35 bilhões de kWh e R$13 bilhões. Certamente uma perda gigantesca para o País.

A Usina Inundará 640 km2 de mata virgem

● Como vimos, na sua versão correta, a área inundada será cerca de 1100km2. 

● Agora, dê uma olhada na “floresta virgem” que a represa cobrirá. Faça uma “viagem aérea” sobre a área da usina. 

● Use o “Google Earth”. Vá para o ponto de coordenadas 3o12’ 42” S e 52o 12’ 42” O. Mantenha-se, inicialmente, a uma altura de 200km. Você estará sobre a cidade de Altamira e a grande volta do Rio Xingu (Figura 1). 

● Observe a região embaixo. Desça a altitudes menores para poder apreciar detalhes em bom nível de resolução. Parte da região está coberta por fotos de excelente resolução; outras, nem tanto. Mas você verá que resta muito pouco de mata virgem na região. A imensa maioria da área que será inundada, já foi desmatada, aparentemente com retorno econômico e social pífios. 

● A verdade é que a represa cobrirá muito pouca área de floresta virgem. Na maior parte serão áreas já há muito desmatadas, e sem retorno econômico ou social aparentes. 

● Preste atenção particularmente numa grande mancha retangular começando a oeste de Altamira, e se estendendo por 75km na direção sudoeste. 

● Um retângulo quase perfeito, de área, por coincidência, igual à que será inundada pela usina na sua versão plena. Quase não há árvore nele. Também não se vê, nesse retângulo, vestígios significativos de atividade econômica ou de valor, que redimam, que justifiquem o desmatamento. Na sua extremidade oeste há um pequeno vilarejo cujo nome homenageia o ditador Garrastazu Médici. 

● Curiosamente, o processo de desmatamento que corroeu a Selva Amazônica no entorno do Xingú, na região de Belo Monte passou em grande parte despercebido, até que se começou a falar a sério da usina de Belo Monte. 

●No ano de 2010 apenas, segundo o INPE, foram desmatados, na Amazônia Brasileira, cerca de 7.000km2. Dá uma Belo Monte a cada 2 meses. Em 2004 foram 28.000km2, uma Belo Monte a cada duas semanas, de desmatamento caótico, a motosserra e fogo, com retorno, econômico e social, desprezíveis.

Figura 1 - desmatamento na Amazônia - em azul, a área total da represa

Figura 2– Um trecho da foto acima, visto de cinco mil metros de altura, mostra o estado da “floresta virgem”, na área da Usina.

Figura 3 – A região de Belo Monte vista de 200km de altura, no Google Earth. Note o nível do desmatamento, particularmente o retângulo de 1000km2, a oeste de Altamira.



Quem pagará pela construção da Usina?

Uma das mais intrigantes questões levantadas pela “Turma da Globo” foi, curiosamente, respondida corretamente por eles mesmos: 

“Quem pagará pela construção da usina!? Você... o palhaço aqui!” 

E nos chamou palhaços porque nós é que vamos pagar. 

Realmente, somos nós que pagaremos a Usina. Com dinheiro, nosso, do Povo Brasileiro, do Tesouro Nacional. Felizmente, graças à progressiva recuperação do Estado Brasileiro na última década, temos dinheiro para bancar a obra, sem precisar de financiamentos estrangeiros nem de submeter nossa soberania ao FMI ou Banco Mundial. 

E parece MUITO BOM, apesar da opinião aparentemente contrária da “Turma da Globo”. Vejamos, se eles têm razão quanto ao “palhaço”. 

Como poderia ser diferente? Com dinheiro de bancos privados nacionais e estrangeiros? 

O problema é que, aí, eles iriam ser donos da Usina... pelo menos por um período de uns 30 anos. O tal regime de concessão: eles entram com a grana, mas ficam com a Usina. 

Como vimos, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, é um belíssimo projeto... do ponto de vista do retorno econômico, mesmo. Você investe R$19 bilhões e produz, na ponta do consumo, R$40 bilhões... por ano! E a usina estará lá, funcionando, pelos próximos 100, 200 anos. Nenhuma outra fábrica tem tal esperança de vida útil. De forma perfeitamente limpa e renovável. É claro que, além da geração, ainda tem transmissão e distribuição, antes da energia chegar às nossas casas, às avenidas, aos metrôs, às fábricas, aos hospitais, aos estabelecimentos comerciais, às escolas. Muita empresa pegará parte do resultado. Dos R$0,40 por kWh que você paga (verifique sua conta de luz), uns 10 centavos são imposto. Imagine: são R$10 bilhões de arrecadação para o Governo Federal. Imagine que dos R$30 bilhões restantes, um terço apenas fique com a Usina (a EletroNorte, a Eletrobrás, o Tesouro Nacional). São mais R$10 bilhões por ano... R$20 bilhões, por ano. Para R$19 bilhões totais investidos. 

Um belíssimo negócio, sem dúvida. 

Queremos, sim, pagar por ele, e queremos que ele seja do povo Brasileiro. Não de alguns grupos privados nacionais/internacionais. 

Aliás, o regime de concessão que se discute nesse momento para Belo Monte é realmente inovador. Nós (via financiamento subsidiado do BNDS, com dinheiro público, isto é, nosso!) entramos com o dinheiro, e o grupo empresarial vencedor pegará a grana e a Usina. Pagarão em parcelas suaves, com parte da renda. {Cuidado, Marcos Palmeira, Bruno Mazeo. Vocês podem estar, inadvertidamente, jogando contra o patrimônio. Contra o Povo Brasileiro... o seu povo, afinal.} 

Obviamente, não devemos aceitar isto: Nós entramos com o recurso natural e com os recursos humanos e financeiros. Nós somos os donos da Usina e dos seus gigantescos resultados econômicos. 

Agora, a propósito dos R$ 19 bilhões de custo da Usina, é surpreendente que a “Turma da Globo” não tenha se manifestado com respeito à manchete do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 08set2011, reproduzida na Figura 4.

Figura 4 - matéria de primeira página d'O Estado de S. Paulo, do 08-set-2011. Demos praticamente uma Belo Monte para banqueiros falidos. Parece que ninguém achou importante protestar. Doar bilhões para alguns bilionários pode, né?

A Energia hidroelétrica não é uma energia LIMPA

Uma usina Hidroelétrica é um tipo curioso de fábrica: Ela usa água como matéria prima e produz, como resíduo industrial, ... água. Mais nada. Nada de poluição, de gases tóxicos, nada. A mesma água que entra – a matéria prima – é a que sai, como resíduo. Sai exatamente tão limpa como entra. Curioso, não? 

A única diferença: a matéria prima é água em local alto – portanto tem energia potencial – e o resíduo é a mesmíssima água, só que em local mais baixo, portanto sem aquela energia potencial. 

A energia potencial extraída da água que entra nas turbinas, faz girar as turbinas, é transformada, portanto, em energia mecânica. Há aí, é claro, uma pequena perda por atrito. A rigor, a água na saída da turbina é um pouquinho mais quente. Um centésimo de grau centígrado mais quente, talvez. 

Estas giram os geradores, que produzem energia elétrica (Quatro mil litros de água, descendo de uma altura de 100 metros, entrega aproximadamente 1kWh de energia mecânica às pás da turbina. Dá dois banhos de 12 minutos cada em chuveiro de 2500w; ou para manter uma lâmpada de 25w, dessas modernas, acesa por 40 horas. E você paga R$0,40 por essa energia, entregue em sua casa. É muito engenhoso.) 

A disponibilidade de água em locais altos, se constitui em riquezas naturais das nações, tão concretas como as reservas de petróleo, só que eternamente renováveis. E as reservas de potencial hidrelétrico do Brasil são invejáveis. 

As turbinas capturam a energia potencial da água e a transformam em rotação, em energia mecânica. Os geradores transformam esta energia mecânica em energia elétrica. O processo é muitíssimo engenhoso e, no fundo, de uma simplicidade surpreendente. 

A Energia Elétrica, extremamente versátil, é transportada, injetada na rede nacional de transmissão, sendo disponibilizada em todo o país, de acordo com as necessidades sazonais de cada região. 

Na verdade, linhas de transmissão adicionais deverão ser construídas para integrar Belo Monte à Rede Nacional. Naturalmente. 

Limpíssima e absolutamente renovável, a construção da usina implica em algum dano ambiental, certamente. 

Populações ribeirinhas, vivendo nas áreas a serem inundadas, deverão ser realocadas. 

1100 km2 de área serão inundados. Corresponde à área desmatada a cada dois meses em 2010, e a cada 2 semanas em 2004. 

A vegetação inundada morrerá e, ao longo dos anos, irá se decompondo e lançando gás metano na atmosfera. Este é um gás de estufa que, na atmosfera, com o tempo se transforma em gás carbônico. Isto, aliás, acontece com o desmatamento a motosserra e fogo, que aliás, já ocorreu na região. Só que muitíssimo mais rápido, sem o estágio metano, e sem retorno econômico ou social significativos. 

Vejamos a alternativa: 

Para crescer 5% ao ano, o Brasil precisará de aumentar em pelo menos 25% sua produção de EE até 2015. Sem construir Belo Monte, a solução seria a construção de 113 usinas termoelétricas de 100 Mega watts cada. Essas usinas queimariam por ano milhões de toneladas de carvão mineral (importado e caro). 

Termoelétricas não são nada limpas. Pelo contrário, elas são muito sujas! 

Cada milhão de toneladas de carvão queimado jogará na atmosfera 3,67 milhões de toneladas de gás carbônico, mais uma lista tétrica de gases poluentes, tóxicos diversos derivados do Nitrogênio e do Enxofre. Chuva ácida e poluição pesada traria danos gigantescos ao meio ambiente. 

O brasileiro consome, em média, pouquíssima energia elétrica. Nosso consumo domiciliar médio é pífio quando comparado ao de países como Grécia e Portugal, para não falar dos países mais ricos, como França, Austrália, Itália, Canadá e Estados Unidos. 

Com a melhoria das condições sociais das camadas mais pobres da população, estamos vendo uma alta acelerada do consumo domiciliar médio. Consumo de EE está associado a bem estar, a padrão de vida.

As comunidades indígenas e demais populações ribeirinhas da região serão prejudicadas

Também aqui a “Turma da Globo” acertou na mosca, embora de uma forma curiosa, ao avesso avesso. 

Como vimos, Belo Monte produzirá, em regime permanente, um fluxo colossal de riqueza. Alem, é claro, de injetar na Máquina Brasil, energia limpa e abundante. 

É claro que grupos econômicos nacionais e estrangeiros salivam quando pensam na possibilidade de pegarem este imenso patrimônio econômico da Nação Brasileira, em concessão por 30 anos, principalmente considerando que não precisarão de entrar com capital próprio. 

A luta pela não construção de Belo Monte é uma LUTA ERRADA, contrária aos interesses do Povo Brasileiro em geral, e daqueles diretamente afetados, em particular. 

Temo pelos nativos e outros povos da região, nossos irmãos. 

Quando esses movimentos ambientalistas se cansarem do tema e jogarem a toalha, como já jogaram com relação à Transposição do São Francisco.. Sendo seduzidos em direção a um beco sem saída, a uma opção de luta sem perspectiva de vitória, ele serão, no final, abandonados e esquecidos por esses mesmos movimentos que terão, assim, as suas profecias sombrias plenamente realizadas. 

E Belo Monte seria apropriada por grupos privados: 100 bilhões de kWh, R$40 bilhões por ano de riqueza natural do povo brasileiro sendo privatizados, apropriados pelo grande capital. 

Como pode vir a acontecer com o petróleo do Pré-sal, desde que o tema saiu da pauta, caiu da moda.

Uma proposta de Luta por Belo Monte

1. Exploração plena do potencial hidrelétrico de Belo Monte
2. Construção da Usina com recursos públicos – hoje disponíveis, graça à progressiva recuperação econômica do Estado Brasileiro – com operação e exploração pelo complexo estatal Eletrobrás
3. Construção e Operação em regime de plataforma, impedindo o processo de urbanização caótica descontrolada do entorno da usina. Investimento sério na infra-estrutura urbana em Altamira, transformando-a em uma cidade modelo para a Amazônia.
4. Construção de amplo e eficaz sistema lateral de passagem ao largo da represa, que permita o trânsito fácil de espécies aquáticas ao longo do rio.
5. Investimento social dos recursos gerados.
a. Sustentação financeira de um sistema eficaz de Proteção e Defesa da Floresta Amazônica, contra o processo de devastação caótica e irregular da mesma.
b. Redução a zero do processo de desmatamento caótico, a motosserra e fogo, na Amazônia (hoje no ritmo de 6.000 km2por ano), antes da inauguração da usina.
c. Tratamento digno e generoso das populações nativas deslocadas pela represa:
i. Concepção e construção de rede de aldeias/vilas, com apoio e orientação de antropólogos, arquitetos, sociólogos, agentes de saúde, e a participação direta de representantes das comunidades envolvidas, com:
1. Suprimento de eletricidade (naturalmente!) e água tratada;
2. Serviços de telefone;
3. Escola;
4. Posto Médico;
5. Centro Cultural com biblioteca, videoteca, discoteca;
6. Conexão Internet banda larga;
7. Campo de pouso... etc
d. Suporte logístico e financeiro a um Centro Avançado de Estudos Amazônicos, no entorno da usina, a ser operado por um consórcio de universidades e centros de pesquisas brasileiros (INPA, EMBRAPA, INPE, FIOCRUZ, etc.) e internacionais conveniados (em especial das nações Amazônicas).
e. Fomento a programas eficazes de recuperação de áreas ambientais degradadas em todo o país, com ênfase nas bacias hidrográficas, em particular a Bacia do S. Francisco.
f. Implantação de Base Militar na área da Usina, integrada ao Sistema Nacional de Defesa da Amazônia*.
g. Apoio financeiro a programas nacionais de racionalização e eficiência do uso de energia.
h. Apoio financeiro a sistemas de transporte público (metrôs nas principais metrópoles brasileiras: S. Paulo, Rio, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Fortaleza, Goiânia).
i. Apoio financeiro de programas de pesquisa científica e tecnológica sobre novas fontes de energia e novos equipamentos mais eficientes, em universidades e centros de pesquisa brasileiros.